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Felipe Rolim: Fernando Diniz, Abel Ferreira, Tite e seus laterais

Colunista do LANCE! analisa comportamento tático e pedidos dos treinadores a seus laterais

Fernando Diniz, Abel Ferreira, Tite
Diniz, Abel e Tite: trio tem ponto de conexão com tática pensada para laterais (Montagem Lance! Fotos: Marcelo Gonçalves / FFC; Cesar Greco / Palmeiras; Lucas Figueiredo / CBF)

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Seleção convocada pelo Tite, Brasileirão terminando, laterais do Palmeiras escolhidos como os melhores do campeonato e Fernando Diniz utilizando jogadores de outras posições na lateral esquerda do Fluminense. O ponto de conexão é o que se pede para os laterais. A Seleção não tem um corredor, um "carrillero", um lateral com cara de ala. O Palmeiras teve seus dois laterais, mais equilibrados e defensivos, na Seleção do Brasileirão. No Fluminense, Fernando Diniz jogou com os mais variados perfis na lateral esquerda. Com certeza, algo mudou.


O ponto de desconstrução da memória de laterais com preparo físico acima da média para trabalhar nas duas linhas de fundo é entender que jogadores com características diferentes, de mais marcação e construção, não são improviso ou invenção. Eles cumprem funções diferentes que os novos modelos de jogo pedem.

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Tite tinha sete laterais na mira para a Copa do Mundo. Os quatro convocados, nenhum deles com característica de ultrapassagens em velocidade, além de Renan Lodi, Caio Henrique (um volante que virou lateral com Fernando Diniz) e Emerson Royal. O último era o mais ofensivo, mais ala, mais próximo do que se via com Cafu e Maicon. Tite levou laterais defensivos (Alex Sandro e Danilo que jogam, também, de zagueiros na Juventus) e construtores (Alex Telles e Daniel Alves). A ponta é para os atacantes.

Abel Ferreira ganhou o Brasileirão com o Palmeiras dando mais minutos aos seus laterais mais defensivos: Marcos Rocha e Piquerez. Marcos Rocha por vezes foi terceiro zagueiro e avançava fazendo apoio ao atacante de lado (Dudu, na maioria das vezes) como padrão, ao invés de ultrapassá-lo. Piquerez foi sólido demais na defesa, mesmo com seu lado sendo atacado por Hulk, Arias e Gabigol. Os dois foram eleitos pela crônica esportiva para a Seleção do Brasileirão (eu votei nos dois, inclusive), o que mostra que o lateral não precisa ser um "Avião", como Rodinei foi chamado, para ser valorizado.

E o Fluminense de Diniz é o exemplo mais bem acabado de que a posição do lateral é a mesma. No entanto, as funções são diversas e podem ser cumpridas por jogadores de outras faixas do campo. O Fluminense é o time que menos contra-ataca no Brasileirão. Por modelo de jogo. É um time que pressiona quando perde a bola, mas, quando a recupera, cadencia e reorganiza o time para atacar de forma organizada. São menos de três contragolpes a cada dois jogos. Bem menos que Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Internacional, para ficar em times da mesma faixa da tabela.

Os laterais de Diniz tocam a bola e afunilam, trabalham por dentro e até à frente dos volantes. Mesmo que pisem na linha lateral, recebem a bola no pé (para triangular) e não no espaço (para correr). Diniz subverte a fórmula de só pode haver um jogador na beirada do campo para que os dois não ocupem o mesmo espaço. Na maioria das vezes são dois, às vezes são três. Neste cenário o lateral que precisa de espaço para o sprint tem pouca valia. Falharam na lateral esquerda do Fluminense os dois contratados Cristiano Silva e Mario Pineida. O mais utilizado foi Caio Paulista, um atacante de força. Neste fim de campeonato apareceu bem na posição o volante Alexsander, jogador da equipe Sub20 do Fluminense e da Seleção de sua categoria.

O lateral que corre a 35km/h e tem potência para defender e atacar o jogo todo não morreu, mas os espaços diminuíram e as coberturas estão mais ajustadas. Além disso, a necessidade do ponta voltar para marcar coloca o lateral em uma posição ainda mais baixa no campo, o que faz com que o jogador tenha que incorporar outras funções em seu jogo. A Seleção e os técnicos no futebol brasileiro (brasileiros ou estrangeiros) já perceberam.

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