Garone: “Vasco mostra que o Maracanã também é sua casa”
Mais de 60 mil vascaínos fizeram uma linda festa no estádio neste domingo
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O Vasco nunca aguardou convites formais. Sua história foi construída abrindo portas - muitas vezes na marra -, para si e para os outros, não aguardando que lhe estendessem às mãos, muito menos um tapete vermelho.
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Foi o único dos grandes a começar nas divisões inferiores do futebol carioca. Foi expulso da elite após seu primeiro ano na 1ª divisão - onde foi campeão - por não aceitar excluir seus jogadores negros, pobres e analfabetos. Há cem anos, lhe foi cobrado que tivesse um estádio próprio para mandar seus jogos. Hoje, é o único que tem.
Quando o Consórcio do Maracanã, administrado por Flamengo e Fluminense, decidiu quase triplicar o valor do aluguel para o duelo contra o Cruzeiro- de R$ 90 mil para R$ 250 mil -, impediu a colocação das faixas com os dizeres "Respeito, igualdade e inclusão" e "O verdadeiro clube do povo", e o lucro do clube com a venda de produtos nos bares, o recado foi claro: o Vasco não é bem-vindo lá.
A visão mesquinha, no entanto, é diferente da do torcedor - é óbvio. Há tempos que Vasco e Maracanã não tinham uma tarde como a deste domingo. Talvez pelo clima de romance do Dia dos Namorados, ou simplesmente pela conexão histórica entre os dois.
Desde que o Maracanã foi inaugurado, em 1950, o Cruz-Maltino disputou mais partidas lá do que em São Januário. Não à toa Roberto Dinamite, maior ídolo e artilheiro do clube, marcou mais gols no Mário Filho (193) do que na Colina (184).
No campo e nas arquibancadas - principalmente nela -, o Vasco mostrou que o Maraca também é sua casa. Sempre foi. Na tentativa de afastar o vascaíno do palco mais tradicional do futebol brasileiro, o Consórcio fez o inverso: o aproximou. Brigar para ocupar espaços que lhe são negados está no DNA do clube e do seu torcedor.
O Maracanã nunca foi de um ou dois clubes. Um bem público que pode ser administrado por um ou outro, mas que deverá ser sempre uma casa de todos. Não é uma questão contratual, mas sim de bom senso e respeito pela história e por aqueles que bancaram a construção e a reforma do estádio: o povo, independente de camisa.
Aliás, respeito, igualdade e inclusão.
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