O dia 29 de dezembro de 2022 é muito importante para minha família. Adriana e eu comemoramos o aniversário de 13 anos de nossa filha Mikaella. Lembro que estava um frio danado em Atlanta, nesta data em 2009, com uma verdadeira tempestade de neve cobrindo a cidade de branco. Nada disso impediu que eu estivesse “pingando”, como se estivesse em pleno verão brasileiro. Sei que vocês entendem o que estou dizendo, principalmente os pais de primeira viagem.
Mikaella nasceu linda, saudável e mudou por completo nossas vidas, para melhor. Foi o coroar de um ano que começou triste, repleto de preocupações, mas que foi se transformando e terminou da melhor forma possível. Se fosse um roteiro de cinema, para mim não teria sido tão perfeito.
Já comentei aqui algumas vezes, mas talvez nem todos saibam, então, vale rememorar. No final de 2008, fui acusado de problemas com o imposto de renda nos Estados Unidos e o caso foi julgado no início de 2009. Sempre tive certeza de que não havia feito nada errado. Nem eu e nem minha irmã, a Kati, que também estava sendo julgada.
Foi algo muito traumatizante para todos nós, que se arrastou por meses, mas graças a Deus os jurados nos inocentaram de todas as acusações e pudemos voltar às nossas vidas, em abril daquele ano, sem qualquer pendência com a justiça. Claro que é uma ferida aberta, não há como esquecer certas coisas que acontecem na vida da gente, mas nada é forte o bastante para nos derrubar quando temos certeza de nossa inocência.
Naquele ano, perdi a primeira corrida do ano, em St. Pete, mas já estava de volta na segunda etapa, em Long Beach. Enquanto isso, a promotoria poderia recorrer, mas ficou tão clara a nossa inocência que nem recurso houve e o caso foi definitivamente encerrado. O interessante foi que esse desfecho definitivo aconteceu poucos dias antes da Indy 500.
Essa história vocês conhecem muito bem, pois vencer a maior prova do mundo pela terceira vez, justamente num ano que começou com uma nuvem de tempestade sobre minha cabeça, foi um presente dos Céus. E, para completar a felicidade, o ano terminou com o nascimento de minha filha.
Sou um homem de muita fé e tenho certeza de que Deus tem um plano para cada um de nós. Então, se me vejo hoje vivendo essa emoção maravilhosa, de ver Mikaella crescendo e tendo passado por uma provação tão grande, é porque o Homem lá de cima foi muito generoso comigo ao traçar os planos para a minha vida.
E é dessa forma que chego ao final de 2022. Apaixonado por minha família, minha carreira e totalmente dedicado aos desafios que tenho pela frente. Nessa última coluna do ano, quero desejar a todos, do fundo do meu coração, um Ano Novo de muita saúde, amor, disposição para seguir em frente e fé para superar os obstáculos. Que a passagem de ano seja de muita alegria e já deixo aqui firmado o meu compromisso de estar de volta na semana que vem, com a primeira coluna de 2023. Forte abraço e até lá! FELIZ ANO NOVO!
Rei Pelé
Amigos, a coluna acima deveria ter sido publicada ontem (29.12), mas meus colegas do Lance e eu decidimos adiar a publicação, em homenagem ao Atleta do Século Rei Pelé. Essa postergação por um dia me permitiu refletir um pouco sobre a condição de esportista brasileiro, correndo e morando no exterior desde 1995.
Ao longo desses quase 30 anos, foram muitas as vezes, nos mais diversos lugares do mundo, em que a conversa começava sobre automobilismo, mas em pouco tempo ia parar no futebol e no Rei Pelé. Em toda minha carreira como esportista, nunca houve uma ocasião sequer em que as pessoas demonstrassem desconhecer Rei Pelé. Mais do que o maior jogador de futebol de todos os tempos, ele ultrapassou os limites do campo para se transformar num símbolo, numa referência, num sinônimo de brasilidade e alegria.
Como expliquei no texto original, Deus tem um plano para cada um de nós. Para Rei Pelé, é o da Eternidade!