Pia Sundhage assume falhas em coletiva após queda do Brasil na Copa Feminina: ‘É minha responsabilidade’

Seleção Brasileira ficou no empate com a Jamaica e amargou a primeira eliminação na fase de grupos em quase trinta anos

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Na manhã desta quarta-feira, a Seleção Brasileira acabou sentindo o gosto amargo da eliminação na Copa do Mundo Feminina. Em Melbourne, na Austrália, a equipe comandada por Pia Sundhage não furou o bloqueio da Jamaica e ficou apenas no empate sem gols, caindo ainda na fase de grupos da competição. Após o jogo, a treinadora concedeu entrevista coletiva e chamou a responsabilidade da queda para si.

- No vestiário, tinha jogadoras tristes, a comissão também, Esse resultado é minha responsabilidade e tem a ver com algumas coisas que fizemos durante a preparação, como chegamos aqui na Austrália. E vou pensar se fiz algo de errado durante o processo. Mas tivemos bons jogos preparatórios, bons treinamentos e trabalhamos duro. No final das contas, a defesa da Jamaica conseguiu manter o zero a zero. Não é uma distância grande entre o fracasso e o sucesso - afirmou a técnica.

O Brasil teve dificuldade para invadir a defesa jamaicana e não conseguiu furar o ferrolho adversário. Pia fez uma mexida no intervalo, colocando a centroavante Bia Zaneratto na meia esquerda e sacando Ary Borges, autora de um hat-trick na estreia contra o Panamá. Depois, só voltaria a mexer com mais de meia hora da segunda etapa, colocando Duda Sampaio, Andressa Alves e Geyse. Sundhage analisou a forma como o confronto se estabeleceu.

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- Quando não conseguimos roubar a defesa delas, ficamos um pouco mais estressadas, E quando isso acontece, o time fica mais lento e com menos coragem. Tivemos chances de ficar entre as linhas, podíamos ter tentado mais penetrações. Nós nos preparamos para esse tipo de jogo, onde sabíamos que elas jogariam pelo 0 a 0 para avançar. Mas ao mesmo tempo, nós respeitamos tanto os contra-ataques que acho que chegamos perto, mas faltou algo. É difícil você ter que buscar um gol e também ficar atento ao contra-ataque. Quando se tem uma defesa compacta. é preciso usar a largura do campo e a forma como nos preparamos para furar isso acabou não funcionando durante o jogo - disse a sueca.

Pia Sundhage esbraveja com as jogadoras durante o confronto (WILLIAM WEST / AFP)

Após o confronto, a craque Marta anunciou que esta foi sua última Copa do Mundo e torcedores nas redes sociais aproveitaram para pedir o fim da passagem de Pia pela Seleção. Porém, a treinadora ironizou os pedidos e disse que ainda tem mais um ano de contrato.

- Marta tem uma grande experiência e é gigante no futebol. Está treinada para e é hábil em manter a bola. Talvez a equipe não tenha conseguido os caminhos finais para isso. Daqui para frente, acho que ela continuará nos clubes, mas ficará difícil para ela continuar na Seleção, porque vamos trabalhar muito para encontrar novas jogadoras boas e precisamos ser melhores do que fomos hoje. Quando a mim, meu contrato só se encerra no dia 30 de agosto de 2024 - disparou a comandante.

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Esta foi apenas a terceira eliminação da equipe brasileira na fase de grupos, sendo a primeira desde 1995. Com Pia Sundhage, o Brasil amargou a segunda derrota dolorida em competições internacionais, tendo caído nas Olimpíadas para o Canadá nos pênaltis. Na Finalíssima de 2023, também não deu: derrota para a Inglaterra nos pênaltis em uma espécie de tira-teima das campeãs continentais. O único título expressivo do ciclo foi a Copa América, onde a equipe venceu seus seis jogos e não sofreu gols na competição.

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