Após classificação russa, Cherchesov deixa festa de lado e foca nas quartas
Treinador da Rússia comemorou a classificação, mas evitou festa: 'A gente mostra as emoções durante o jogo. Agora já estamos pensando na próxima partida'
A festa da torcida russa vai ser intensa neste domingo. Em Moscou, a seleção venceu a Espanha por 4 a 3, na decisão nos pênaltis, e garantiu a vaga nas quartas de final da Copa do Mundo. O resultado foi muito comemorado pelos jogadores e comissão técnica, principalmente pela dificuldade do confronto, já que a Fúria entrou na disputa como uma das favoritas ao título. Em Lujniki, a Espanha largou na frente com gol contra do zagueiro Ignashevich, mas a Rússia alcançou o empate em 1 a 1 com Dzyuba e segurou o resultado até a disputa de pênaltis.
Na etapa, a boa pontaria russa prevaleceu e emocionou o técnico Stanislav Cherchesov, que exaltou a atuação da equipe em coletiva de imprensa concedida após a partida, mas deixou a festa de lado, mantendo a seriedade e concentração para a próxima fase, aspectos que fizeram o treinador deixar a sala de imprensa aplaudido.
- Emocionalmente é simples. A gente mostra as emoções durante o jogo. Agora a gente já está pensando no próximo jogo. Isso é simples, não é muito complexo.
Vivendo a expectativa para a próxima partida, que será contra Croácia ou Dinamarca, o treinador já avalia as mudanças que serão necessárias para manter o nível da equipe. Na visão de Cherchesov é possível que alguns atletas sejam poupados. Por outro lado, o técnico já trabalha com a possibilidade de ficar sem o meia Zhirkov, que contraiu uma lesão na perna.
- Estamos trabalhando sempre após cada jogo. Teremos mais tempo para ver quem está em condições, fazer provas médicas amanhã. Estamos avaliando os jogadores individualmente. Todos fizeram o que puderam. Mas alguns tem necessidade de descansar mais que outros. Acho que Zhirkov tem uma lesão na perna e pode ter jogado seu último jogo.
Referente ao esquema de jogo, Cherchesov explicou que as modificações realizadas em relação ao time que enfrentou o Uruguai na última rodada da fase de grupos foram necessárias, já que a equipe perdeu o lateral-direito Smolnikov, que levou cartão vermelho.
- Quando ao sistema e plano do jogo, bom, nossos jogadores levaram um cartão vermelho anteriormente e tivemos que mudar. Foi uma decisão dolorosa. Tive que convencer os jogadores que era a unica forma. Com três defensores. Eles confiaram em mim. E falei com cada um individualmente. Expliquei o motivo da estratégia e graças a Deus que ganhamos.
O treinador também revelou o clima de revanche que cercava a disputa, relembrando o duelo entre as equipes pela semifinal da Eurocopa de 2008, quando a Rússia foi eliminada da disputa após ser derrotada por 4 a 1 pela Espanha na semifinal.
- Naquele momento, não jogávamos um futebol aberto. Eram melhores que a gente em muitos aspectos. Não pensei que teríamos arriscar um jogo muito ofensivo. Creio que fizemos uma tática acertada. Não éramos favoritos e tínhamos que ter atacado melhor, fazendo transições rápidas. Por outra parte, poderíamos ter atacado mais se tivéssemos mais atletas do setor. Mas creio que meus jogadores foram vitoriosos porque seguiram minha estratégia.
Cherchesov mostrou-se surpreso pela eliminação precoce das grandes seleções que disputam o Mundial na Rússia. Além da Espanha, Argentina, Portugal e Alemanha se despediram mais cedo da disputa. Porém, a saída que mais comoveu o comandante russo foi a das Águias, por ter visto de perto a tristeza do seu amigo e treinador da equipe, Joachim Löw.
- Bom, nunca foi assim antes, com tantos favoritos saindo. Espanha e Argentina é uma coisa. Mas Alemanha afetou muito. O técnico é muito meu amigo, me tocou. Jogamos juntos. Me sinto próximo com esse país e me afetou muito que não seguiram na disputa. Sobre os outros, é o futebol.
Questionado se prefere encarar Croácia ou Dinamarca nas quartas de final, o treinador russo diz não criar expectativa sobre adversário e aposta somente na qualidade do seu elenco, que precisa estar preparado para passar pelas grandes potências que seguem na disputa.
- Muito simples a resposta. Não podemos pedir o que queremos. Não queríamos Espanha. Perdemos para o Uruguai. Jogaremos contra quem seja. Um tem um estilo, outro tem outro. Tudo depende da gente, como vamos nos preparar para jogar. É um Mundial, muitas equipes foram embora, porque ao fim das contas, se trata de ganhar jogos. E hoje jogamos com a estratégia e conseguimos - finalizou o técnico, que deixou a sala de coletiva de imprensa aplaudido.