Ex-árbitros acreditam em Ricci na final e afirmam que o brasileiro se sai melhor no exterior do que no país
Comitê de Arbitragem da Fifa liberou lista com 12 nomes que podem apitar final do torneio e Sandro está presente nela. Carlos Eugênio Simon e Sálvio Spinola falam sobre o assunto
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A Copa do Mundo de 2018 vai se aproximando do fim. Quatro seleções ainda permanecem no mundial e infelizmente o Brasil já foi eliminado. No entanto, há um brasileiro que ainda pode marcar presença na final, que acontece no próximo domingo. Sandro Meira Ricci está cotado para ser o árbitro da grande decisão do torneio.
Devido às boas atuações na Copa do Mundo até aqui, o árbitro brasileiro está entre os 12 nomes divulgados pelo Comitê de Arbitragem da Fifa que podem conduzir a grande final no próximo domingo, às 12h. Sandro já apitou três partidas na Copa: Croácia 2 x 0 Nigéria, pela primeira rodada do grupo D; Dinamarca 0 x 0 França, pela terceira rodada do Grupo C; e Rússia 2 x 2 Croácia, pelas quartas de final, onde o profissional foi muito bem e se candidatou de vez para a decisão.
- Sandro é merecedor, não é à toa que está em uma Copa do Mundo. Ele fez um ótimo Mundial, mas ainda não apitou jogos de alto nível, de risco, que exigiram dele grandes decisões. Sandro não apitou ainda o que a Fifa considera como 'grau de dificuldade alta', faltou ao brasileiro nessa Copa um jogo difícil para ele se sair bem. - comentou o ex-árbitro Sálvio Spinola ao LANCE!.
No entanto, essa regularidade de Sandro Meira Ricci no Mundial da Rússia não é espelho da sua carreira. No Brasil, o árbitro de 43 anos foi pivô de várias polêmicas de arbitragem. Em 2016, num Fla-Flu, o juiz demorou cerca de 12 minutos para anular um gol do Fluminense, onde existiu uma suspeita até de interferência externa. Além dos erros em terras nacionais, Sandro também foi o árbitro de Chile x Uruguai na Copa América de 2015, e o brasileiro ignorou a 'mão boba' de Jara em Cavani, expulsando apenas o uruguaio.
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- O trio (Sandro, Marcelo Van Gasse e Wilton Pereira Sampaio) sempre teve bom desempenho em jogos da Fifa, não foi só nessa Copa que obteve bom desempenho. Sandro é um árbitro para jogos de natureza técnica, como o turco Cunet Çakir, são profissionais que fora de seus países apitam tudo, mas em campeonatos locais dificilmente são escalados para jogos quentes e clássicos. Raramente vemos o Sandro em jogos onde é exigido muito da parte disciplinar, mas na parte técnica ele sempre se sai bem. - explicou Spinola.
Carlos Eugênio Simon, ex-árbitro brasileiro e hoje comentarista dos canais 'Fox Sports' reiterou as palavras de Sálvio, elogiando o trio, mas atentando para o fato de Sandro Meira Ricci ter um melhor desempenho fora do Brasil do que dentro do país.
- Minha relação com o trio brasileiro é muito boa, são ótimos profissionais. Eles estiveram muito bem nos três jogos que atuaram e são fortes candidatos para a final, se forem designados não será nenhuma surpresa, fizeram por merecer. O Sandro tem demonstrado ao longo dos últimos anos que apita melhor no exterior do que no Brasil, e isto ficou comprovado nesta Copa, teve grandes atuações. Tem gabarito para apitar a final. - disse Simon.
Contudo, não se faz só de erros a trajetória do brasileiro. Essa não é a primeira Copa do Mundo de Sandro Meira Ricci; em 2014, no Brasil, o árbitro também apitou três partidas, e não comprometeu. Além das duas Copas na bagagem, Ricci apitou também outros grandes campeonatos, como as Olimpíadas de 2016, Eliminatórias Sul-americanas, a final do Mundial de Clubes em 2013 e a final da Libertadores de 2014. Em 2010, o mineiro de Poços de Caldas, que também é formado em economia, foi eleito o melhor árbitro do Campeonato Brasileiro.
- Ele é gabaritado para a final, mas acho muito difícil que a final seja apitada por um árbitro da Conmebol, a escolha de quem será o juiz de uma decisão tem muito mais fatores políticos do que técnicos. Não vejo neste mundial, um profissional que está a frente de outros, todos os nomes que ainda restam estão em nível de igualdade. Talvez o iraniano Alireza Feghani tenha leve vantagem, por fazer ótima Copa e ser de uma confederação neutra. - complementou Sálvio Spniola.
Com a eliminação da Seleção Brasileira e as boas atuações durante a Copa, Sandro ganhou força para a partida decisiva. Além do brasileiro, seguem no quadro de árbitros para a possível final: Alireza Faghani (Irã), Malang Diedhiou (Senegal), Mark Geiger (EUA), César Arturo Ramos (México), Néstor Pitana (Argentina), Matthew Conger (Nova Zelândia), Cüneyt Çakir (Turquia), Bjorn Kuipers (Holanda), Gianluca Rocchi (Itália), Milorad Mazic (Sérvia) e Andrés Cunha (Uruguai).
- Não há unanimidades. Em 2002, o italiano Perluigi Collina apitou a final depois de ter desempenho impecável durante o torneio. Em 1986, o mesmo aconteceu com Romualdo Filho, foram árbitros o'concurs, o que não tem neste mundial. No entanto, as peças foram mexidas a favor de Sandro, visto que Andres Cunha, Cuneyt Çakir e Bjorn Kuipers farão parte das semifinais; Gianluca Rocci, da Itália, também não deve apitar, pois o país já apitou a final em 2014. Com isso vejo o brasileiro, junto ao iraniano, com bastante força para ser o nome da final no domingo. - finalizou o ex-árbitro de 49 anos.
*Sob supervisão do editor Leonardo Martins
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