Após encerrar sua carreira como jogador de futebol em 2015, Lionel Scaloni decidiu seguir próximo do campo de jogo. Em 2016, o ex-atleta abraçou a oportunidade de participar da comissão técnica de Jorge Sampaoli na primeira passagem do treinador pelo Sevilla.
INÍCIO DA TRAJETÓRIA
Após uma única temporada no clube espanhol, o ex-técnico do Santos e Atlético-MG aceitou a chance de treinar a Argentina, que vivia um momento ruim sob comando de Edgardo Bauza. Assim, o auxiliar Scaloni iniciou sua trajetória com a Albiceleste na comissão técnica.
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A Copa do Mundo de 2018 da Argentina foi marcada por uma série de tumultos. Os rumores sobre um relacionamento ruim entre Sampaoli e o elenco eram fortes. Então, Scaloni decidiu se aproximar dos jogadores e passou a ser respeitado pelo plantel.
A permanência de Sampaoli era insustentável. Ainda assim, o jovem auxiliar técnico pediu para seguir na Associação de Futebol Argentina (AFA) e assumiu o comando da equipe sub-20. No entanto, a experiência durou pouco tempo.
Sem encontrar soluções, Claudio Tapia, presidente da AFA, decidiu chamar Scaloni para assumir a bicampeã do mundo. Além dele, a Albiceleste se cercou de jogadores históricos na comissão, como Pablo Aimar, Walter Samuel e Roberto Ayala.
- Ainda que me tratem como louco, eu vejo normal. Não normal que tenham me dado a seleção. Sou técnico e vou dirigir alguma equipe. No meu caso, eu estava na AFA e surgiu essa possibilidade. Tapia chamou a mim e Aimar e nos perguntou o que achávamos. Aceitei o desafio - disse Scaloni na época em que assumiu a seleção.
CERCADO DE ASTROS
Protagonista por conta do trabalho desenvolvido durante o ciclo da Copa do Mundo do Qatar, Lionel Scaloni se cercou de grandes ídolos nacionais para iniciar seu comando. Tratado como braço-direito do treinador, Aimar é um dos grandes nomes da comissão atual.
O ex-meia do River Plate foi uma das maiores referências na carreira para Lionel Messi, o principal nome da atual geração da Argentina. A presença do ídolo parece ser benéfica dentro de um ambiente positivo que se construiu.
- Se aposenta um gigante, um dos meus ídolos. Pablo Aimar, te desejo o melhor na sua nova etapa. Obrigado por toda a magia que nos deu a oportunidade de desfrutar - disse o camisa 10 da Albiceleste após a aposentadoria do ídolo.
Além do ex-meia do River Plate, a Argentina também conta com os nomes de Walter Samuel e Roberto Ayala. Grandes nomes das gerações de 1998 e 2002 são responsáveis pelo equilíbrio no vestiário e pela construção de uma nova identidade na equipe.
VENCENDO A DESCONFIANÇA
Em 2018, a nomeação de Lionel Scaloni era tratada como algo temporária. Sem ter tido nenhuma experiência na frente de um clube anteriormente, o ex-jogador precisou vencer a desconfiança da imprensa argentina.
Vivendo de amistosos em seu primeiro ano, a Albiceleste chegou para a disputa da Copa América em 2019 com derrotas diante do Brasil e da Venezuela. Além disso, a equipe tinha tido um empate contra a Colômbia e não havia vencido nenhuma seleção da América do Sul.
Apesar de iniciar a competição com uma derrota para os Cafeteiros e um empate diante do Paraguai, a Argentina chegou na semifinal do torneio e caiu diante do Brasil. Desde a dura derrota, a Albiceleste passou por uma reforma e renovação de nomes.
Após uma nova leva de amistosos, os "hermanos" chegaram com uma nova cara para a Copa América de 2021. Após a vitória sobre o Equador por 3 a 0 nas quartas de final, a alcunha da Scaloneta começou a ganhar mais força entre os milhões de torcedores argentinos que confiavam no trabalho do treinador.
Após 28 anos sem título, Lionel Scaloni foi um dos maiores responsáveis pelo fim da seca ao vencer o torneio diante da Seleção Brasileira no Maracanã por 1 a 0. E em junho de 2022, o treinador conquistou a Finalíssima diante da Itália, atual campeã da Eurocopa.
Às vésperas da estreia na Copa do Mundo, a Argentina encara a Arábia Saudita com um cartel de 36 jogos de invencibilidade. Em 50 partidas realizadas, são 36 vitórias, 10 empates e apenas quatro derrotas.