O Estádio Lujniki virou uma babel na semifinal da Copa do Mundo, nesta quarta-feira, entre Croácia e Inglaterra. Além de torcedores das duas seleções, havia gente de todo lugar: alemãs, chineses, dinamarqueses, milhares de torcedores latinos, principalmente peruanos, colombianos, mexicanos e, claro, brasileiros.
O curioso é que a turma brazuca estava bem dividida na torcida: um grupo pró-croata, outro para a Inglaterra e um bom número de “indecisos”.
- Sei lá para quem vou torcer. O Brasil caiu e vem sendo tudo tão anticlímax. Acho que vou ver na hora. O que mais espero é que seja um bom jogo – disse o carioca Ricardo, ao lado de outros três amigos, todos com a camisa da Seleção (um deles com a camisa azul).
Adriana, toda arrumada com as cores do Brasil, aproveitava e parava todos os croatas. Queria fotos de recordação do Mundial. Estava ela na torcida para a Croácia?
- Não tenho preferência nenhuma. Na verdade estou querendo fazer muitas fotos para deixar tudo registrado e a maioria aqui é de croata. Eles estão muito animados. Mas quando aparece algum inglês, mexicano, qualquer um, eu tiro foto também.
- Nós não: somos Croácia - dizia o casal goiano Elias e Elise.
Embora o torcedor da Croácia tenha chegado em maior número para a partida, os ingleses não decepcionaram e fizeram muito barulho. Seu coro “Engaaland, Engaaland, Engalaand” era facilmente ouvido no entorno do Lujniki, principalmente próximo do principal hotel da região (e que tem o seu terraço servindo de um dos estúdios-base para a principal TV esportiva russa).
Foi ali que se viu a festa mais bonita do pré-jogo: centenas de torcedores croatas e ingleses se revezando nas canções. Até parecia o festival de Parintins, quando os adeptos dos bois Garantido e Caprichoso esperam ansiosamente o término da apresentação do rival para mostrarem que cantam mais e melhores: os croatas se calavam, aguardando os ingleses cantarem suas músicas e, em seguida, os ingleses faziam o mesmo, num cordial revezamento de zoações em vermelho e branco (as cores das duas seleções). E olha que quase todos estavam entornando tonéis e tonéis de cerveja. Tudo na paz.