Sol, forte calor, praia... A Seleção Brasileira não irá encontrar em Samara, onde enfrenta o México na próxima segunda-feira, cenário muito diferente do que está acostumada na Rússia. A cidade que abrigará uma das oitavas de final da Copa do Mundo tem aspectos bem semelhantes a Sochi, onde está a base do Brasil no Mundial.
A reportagem do LANCE! chegou a Samara nesta sexta-feira pela manhã e deu um giro pelos pontos mais procurados pelos turistas e torcedores na Copa. No primeiro dia sem jogos desde o início do Mundial, a cidade passou sob clima mais tranquilo, mas ainda assim respirando futebol.
O ponto de concentração fica nas margens do rio Volga, o mais longo de toda a Europa. Ele corta Samara quase inteira e oferece um clima muito agradável a seus moradores. Nesta sexta, muitas pessoas desfrutavam de uma das praias do rio, onde certamente brasileiros se concentrarão para fazer a festa habitual na Rússia. Foi exatamente assim em Rostov, palco da estreia contra a Suíça, no rio Don, e em São Petersburgo e Moscou, onde o Brasil encarou Costa Rica e Sérvia, respectivamente. As cidades de rios têm dado sorte à Seleção. Na rotina de praia, teve mergulho, futebolzinho na areia e vôlei, cerveja, tudo que costumamos ver no Brasil. A praia de Samara é diferente das de Sochi, marcadas por pedras no Mar Negro.
De cara, no calçadão, foi possível notar grande quantidade de colombianos, todos trajando a camisa da seleção que venceu Senegal na quinta-feira em Samara e garantiu vaga nas oitavas para encarar a Inglaterra terça-feira em Moscou. Eles estão animados com a seleção, mas sabem que será difícil bater os ingleses do artilheiro Harry Kane. Eles se despediam da cidade caminhando, tomando um sorvete e/ou assistindo a um dos shows ao ar livre de artistas locais, que cantam, praticam yoga com marabalismos, entre outras atividades.
Já há também muitos mexicanos na cidade. Eles começaram a chegar nesta sexta e a reportagem se deparou com eles desde o aeroporto. Sempre exibindo o tradicional sombreiro, também estão animados, mas o respeito pela Seleção Brasileira é enorme. É histórico o carinho dos mexicanos com a Canarinho, desde o inesquecível título do Mundial de 1970 no México. Mas, agora, a confiança no trabalho do técnico Juan Carlos Osorio é maior. Até porque apoio não faltará.
Havia muito mais mexicanos nas ruas de Samara do que brasileiros nesta sexta. A reportagem encontrou um casal de brazucas na praia, exibindo sunga e bandeira verde amarela, mas os adversários ainda são maioria. A tendência é que os brasileiros comecem a chegar com força neste sábado para receber a Seleção no hotel. A chegada está prevista para às 23h local e outra festa já está sendo preparada nas redes sociais pelo Movimento Verde Amarelo, que tem comandado as manifestações com músicas novas e recepções calorosas. É bem possível que a torcida brasileira seja maioria na Arena Samara, palco do jogo, mas pela primeira vez a Seleção terá de encarar uma divisão muito mais igualitária.
O Brasil foi o terceiro país que mais comprou ingressos para a Copa, de acordo com números da Fifa: 65.863. Perdeu apenas de Estados Unidos (80.161), que não se classificaram, e a anfitriã Rússia (796.875). Mas o México não longe. Foi o sexto que mais comprou entradas: 51.736. Depois do Brasil, ficou atrás apenas da Colômbia (60.199) e da já eliminada Alemanha (55.136). Além disso, os mexicanos tradicionalmente fazem muito festa no estádio, com gritos, pressão no goleiro adversário e apoio todo o tempo. Será um clima diferente para o Brasil, depois de ter maioria esmagadora em todos os jogos da primeira fase, que contou com a frieza suíça, a irreverência modesta dos costarriquenhos e a bravura dos sérvios, que não fizeram frente aos brasileiros.
Já pelo centro de Samara, o movimento foi mais tranquilo. Ruas foram fechadas para o período de Copa, e poucas pessoas se concentravam nos bares e restaurantes do local. A onda está mais nas margens do rio Volga mesmo, e a Seleção Brasileira espera sair novamente vitoriosa. O duelo na segunda começa às 11h (de Brasília), às 18h de Samara, que tem uma hora a mais de fuso com relação às cidades anteriores nas quais o Brasil jogou.