Os caras das Copas: Miroslav Klose, o maior artilheiro de Mundiais
Alemão superou marca de Ronaldo em 2014, balançando a rede no 7 a 1 contra o Brasil
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Miroslav Klose não era um craque, mas compensava aquilo que lhe faltava com extrema disciplina. O atacante raramente bebia, não fumava e dormia às 20h todos os dias. Sua recompensa foi escrever o nome na história das Copas: o centroavante é o maior artilheiro das Copas do Mundo, tendo marcado 16 gols em quatro edições, superando Ronaldo, que fez 15. Klose nasceu na Polônia e foi com seus familiares ainda na infância para a Alemanha, se naturalizando alemão e conquistando o título mundial com a Nationalelf em 2014.
Klose vinha se destacando pelo Kaiserslautern (ALE) quando foi chamado pela primeira vez para a seleção alemã, em março de 2001, aos 22 anos. Pouco mais de ano depois, o atacante já era titular na disputa da Copa da Coreia do Sul e do Japão. Em 1º de junho de 2002, oito dias antes de completar 24 anos, Klose ganhou um presentão de aniversário antecipado: a estreia contra a frágil Arábia Saudita. Sem piedade, o centroavante deixou logo três em goleada por 8 a 0. No segundo duelo, diante da Irlanda, ele abriu o marcador em empate por 1 a 1. No terceiro jogo, contra Camarões, Klose fechou o placar em vitória por 2 a 0.
Após uma primeira fase mágica, Klose não fez mais gols naquela Copa, mas Alemanha passou por Paraguai (1 a 0), Estados Unidos (1 a ), Coreia do Sul (1 a 0) e chegou à decisão contra o Brasil. Na final, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão, o atacante pouco fez e o Brasil foi campeão, vencendo por 2 a 0: "Eu sei a m… que é o sentimento de perder uma final", disse o centroavante às vésperas da decisão de 2014, quando a história seria diferente.
O vice-artilheiro da Copa de 2002 chegou no Mundial de 2006 com moral e firme como titular, sobretudo pelo que vinha fazendo no Werder Bremen (ALE). A Copa era na Alemanha e a equipe da casa era apontada de forma quase unânime como uma das favoritas ao título. Na estreia, dia do aniversário de 28 anos de Klose, os alemães bateram a Costa Rica por 4 a 2 e o centroavante marcou dois. O segundo jogo foi contra a Polônia, com o atacante passando em branco contra seu país de nascimento. Depois, ele fez mais dois em 3 a 0 diante do Equador. No mata-mata, Klose deixou sua marca apenas nas quartas, contra a Argentina. A Alemanha acabou aquela Copa com a terceira posição e o atacante se sagrou o artilheiro do Mundial isoladamente, com cinco gols.
Klose viveu sua terceira Copa em 2010, na África do Sul. Nesta altura, já havia grande expectativa para saber se ele conseguiria alcançar ou ultrapassar Ronaldo como maior artilheiro de todas as Copas. Mesmo com 32 anos, o centroavante seguia como titular e novamente deixou um em uma estreia, em goleada por 4 a 0 sobre a Austrália. No segundo jogo, o atacante levou dois amarelos e foi expulso em derrota por 1 a 0 contra a Sérvia, não podendo atuar em vitória por 1 a 0 diante de Gana. Klose voltou ao time nas oitavas e fez um em goleada por 4 a 1 sobre a Inglaterra. Nas quartas, mais dois dele, em baile para cima da Argentina por 4 a 0. Na semi, a Alemanha caiu em 1 a 0 contra a Espanha e depois Klose ficou no banco na disputa pelo terceiro lugar (vitória por 3 a 2 sobre o Uruguai), por conta de dores nas costas. Ficou faltando um gol para igualar a marca de Ronaldo. E a marca viria justamente no Brasil...
Em 2014, Klose já tinha 36 anos e não era mais titular. O atacante não entrou na estreia, quando a Alemanha venceu Portugal por 4 a 0. Ele enfim apareceu no segundo duelo, entrando, marcando em empate por 2 a 2 contra Gana e igualando o recorde de Ronaldo. Klose saiu do banco também diante dos Estados Unidos, mas não marcou em triunfo por 1 a 0. Nas oitavas, sequer deixou o banco contra a Argélia - em vitória por 2 a 1 na prorrogação. Porém, nas quartas, ganhou vaga como titular diante da França. Ele não balançou a rede em vitória por 1 a 0, mas o melhor estava por vir. Na semi, tendo o Brasil como rival, Klose seguiu no time e fez história aos 23 minutos, marcando o segundo gol alemão (dos sete daquele dia) e passando Ronaldo na artilharia histórica. Na final, mais um jogo como titular e um adeus em grande estilo: Klose saiu aos 43 do segundo tempo e deu lugar para Mario Götze, que na prorrogação fez o gol do título alemão. Estava escrita uma despedida épica.
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