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Os caras das Copas: Puskás, a lenda que ficou no quase por dois países

Atacante amargou vice com a Hungria e eliminação precoce jogando pela Espanha

GALERIA: Veja as Copas disputadas por Puskás e o clube que ele defendia no período de cada Mundial
(Foto: Reprodução de internet)

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Atualmente, o nome de Ferenc Puskás batiza o prêmio que a Fifa dá para o gol mais bonito do ano. Isso dá uma dimensão do tamanho do atacante, que disputou duas Copas e, apesar de não ter sido campeão, deixou seu nome marcado. Puskás foi o líder da seleção da Hungria na Copa de 54, que acabou com um improvável vice. Já em 1962, o atacante jogou o Mundial pela seleção da Espanha, após se naturalizar, mas acabou eliminado em jogo contra o Brasil.

O cara da Copa - Puskás
(Imagem: Arte LANCE!)

Puskás já tinha 27 anos e enorme renome quando foi para a Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Grande goleador, ele era o principal jogador do Honved (HUN), clube que passou a unir todos os craques da Hungria graças ao apoio das forças armadas. E o Honvéd era a base da seleção húngara, que ficou 20 jogos sem perder, entre 1950 e 1954. No primeiro jogo da Copa de 54, a Hungria aplicou incríveis 9 x 0 sobre a Coreia do Sul, com dois gols de Puskás. No segundo jogo do grupo, contra uma Alemanha Ocidental que escalou reservas sabendo que não deveria vencer, a Hungria goleou por 8 a 3. Puskás fez um gol, mas sofreu entrada por trás de Werner Liebrich, caiu de mau jeito e torceu seriamente o tornozelo. Sem condições até mesmo de caminhar ao vestiário, ficou sentado na lateral, onde exibiu aos jornalistas a perna inchada.


Para muitos, a Copa de Puskás estava encerrada. Sem sua referência, a Hungria eliminou o Brasil por 4 a 2 nas quartas de final, mas com certas dificuldades - e ainda viveu a "Batalha de Berna", famosa pancadaria generalizada após o apito final - que teve até mesmo Puskás participando da confusão, mesmo não tendo jogado. Na semifinal, a equipe europeia bateu o Uruguai também por 4 a 2. Naquela altura, era grande a expectativa geral para que Puskás voltasse pelo menos para a final, quando os húngaros voltariam a ver a Alemanha Ocidental. Puskás, motivado, então convenceu o técnico Gusztáv Sebes de que aguentaria jogar a decisão, mesmo mesmo com o tornozelo não totalmente curado.

Na decisão, o Estádio Wankdorf, em Berna, recebeu 60.000 pessoas - com maioria alemã. Uma chuva encharcou o gramado, mas Puskás foi escalado e abriu o placar, logo aos seis minutos de jogo. Dois minutos depois, os húngaros ampliaram o marcador. A surra parecia iminente, mas os alemães equilibraram o embate e empataram ainda no primeiro tempo. Puskás teve grande atuação ao longo do embate e quase desempatou no segundo tempo, mas o zagueiro Kohlmeier salvou na linha. Aos 39 minutos, porém, aconteceu o inesperável: Helmut Rahn fez 3 a 2 para a Alemanha. A Hungria foi para o ataque e Puskás até marcou, mas o gol foi anulado por impedimento. Restou o vice.

Dois anos depois, revoltas populares fizeram com que o controle soviético se tornasse mais violento na Hungria. Em 1956, durante uma partida na Bélgica pela Copa do Campeões de clubes, Puskás e outros craques fugiram do país. A decisão fez com que diretores da Hungria recorressem a Uefa, o que fez Puskás perder alguns anos de carreira. Ele voltou a jogar apenas em 1958, quando conseguiu naturalizar-se espanhol e defender o Real Madrid, onde virou ídolo e sagrou-se multicampeão. Em 1961, a Espanha tinha que ganhar um play-off de dois jogos para ir ao Mundial de 62 e, então, o técnico Pedro Escartín convocou o atacante para a seleção espanhola. A Fifa não tinha regras contrárias e Puskás participou do primeiro embate. A Espanha passou e foi para o Chile.

Na América do Sul, a Espanha ficou no grupo 3, que tinha Brasil, México e Tchecoslováquia, adversária da estreia. Puskás jogou, mas a Tchecoslováquia ganhou por 1 a 0. No segundo jogo, também com Puskás, a Espanha bateu o México por 1 a 0. O terceiro e decisivo duelo era contra o Brasil, que não teria Pelé, lesionado. Antes da partida, Puskás, já com 35 anos, declarou que se sua seleção fosse eliminada, ele nunca mais atuaria pelo país. A Espanha, que precisava vencer, saiu na frente e poderia ter aberto 2 a 0: Nilton Santos cometeu pênalti em Enrique Collar, mas ludibriou o árbitro ao dar dois passos à frente e sair da grande área. O juiz marcou então falta, que Puskás cobrou cruzando para Joaquín Peiró, que marcou de bicicleta. O juiz Sergio Bustamante, porém, anulou o gol alegando jogo perigoso. Em seguida, o Brasil virou para 2 a 1. Assim terminou o sonho de Puskás de ganhar uma Copa.

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