Cinco motivos que explicam a grande campanha da classificada Rússia
Garantida com antecedência na segunda fase da competição e líder do Grupo A, a seleção russa começou o torneio pressionada, mas conquistou torcida com boas atuações
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A Rússia surpreendeu a todos na Copa do Mundo. Antes do início da competição, a seleção estava sendo contestada pela imprensa local e pela torcida, e não vencia um jogo há oito meses. A última partida antes do início da Copa, um insosso empate com a Turquia, em casa, por 1 a 1, deixou sua torcida ainda mais preocupada, aumentando a pressão. Além disso, a perda do atacante Kokorin, cortado por lesão, deixou a Rússia ainda mais desmotivada. Durante a competição, porém, a história foi diferente. Foram duas vitórias em dois jogos, liderança no Grupo A, melhor ataque da competição e a recuperação da confiança. O L! lista cinco motivos que propiciaram essa grande campanha da Rússia até o momento.
1) Reservas de luxo
A Rússia já iniciou a Copa desfalcada. Kokorin era um dos principais destaques da equipe e, na época em que se machucou, em março, era o vice-artilheiro do Campeonato Russo. Na estreia, contra a Arábia Saudita, seu substituto imediado foi o atacante Smolov. Com o decorrer do jogo, outro atacante se machucou, Alan Dzagoev, um dos mais experientes jogadores, deixou o campo aos 22 minutos do primeiro tempo, enquanto a partida estava 0 a 0. Smolov, o substituto de Kokorin, não fazia boa partida e a pressão aumentava.
No banco estavam Cheryshev e Dzyuba. O primeiro entrou no lugar de Dzagoev e foi autor de dois gols na vitória por 5 a 0. Dzyuba entrou no segundo tempo, no lugar de Smolov, e também deixou o dele. Na partida seguinte, contra o Egito, ambos foram titulares e ambos fizeram gol. Cheryshev fez o segundo e Dzyuba fez o terceiro, que sacramentou a vitória. Dos oito gols marcados até agora (o melhor ataque da competição), cinco foram feitos pela dupla, que saiu do banco para mudar a história da equipe na Copa do Mundo.
2) Meio de campo funciona
A Rússia tem exibido um meio forte, que sabe agregar o físico com a técnica, marcação com ofensividade. Na partida de estreia, o primeiro gol da Rússia foi marcado pelo volante Gazinsky e Golovin marcou um gol e deu duas assistências. Golovin vale um destaque maior em relação aos outros. O jogador de 22 anos é peça-chave do meio de campo. Técnico, o meia ajuda na recomposição e chega muito bem ao ataque, vindo de trás. Quando Golovin sobe, Zobnin e Gazinsky fazem a cobertura e dão liberdade para o meia circular à frente da grande área. Esse entrosamento foi essencial nas duas vitórias.
3) Experiência
Na parte defensiva, o lateral esquerdo Zirkhov (33 anos) e o goleiro Akinfeev (32 anos) dão consistência quando o jogo fica perigoso. Contra a Arábia Saudita, a atuação foi discreta, mas importante, apesar da fragilidade do adversário. Contra o Egito, Zirkhov, especialmente, teve grande atuação. Com Salah em campo, ficou a encargo do lateral a sua marcação direta. Zirkhov foi bem contra o craque egípcio, com marcação dura, mas não desleal com o atacante que voltava de lesão. Na experiência, soube ocupar os espaços e marcar sobre pressão, evitando que o craque recebesse com liberdade. Em relação ao ídolo do CSKA, Akinfeev, os números falam por si só: em dois jogos, levou um gol.
4) Estrela do treinador
O técnico Stanislav Tchertchesov tem um papel importante. No momento em que a Rússia estava contestada, o treinador soube tirar a pressão de cima de seus jogadores. Se os reservas deram conta do recado é porque o técnico teve o mérito em perceber que eles seriam peças importantes e soube usá-los no momento certo. Tchertchesov também mostra ter o elenco na mão e tem liberdade para fazer substituições sem que haja reclamações dos jogadores. O técnico teve jogo de cintura ao lidar com as lesões de dois craques da equipe: Kokorin e Dzagoev. Em entrevista coletiva, após o jogo do Egito, o treinador destacou que a Rússia fez "o trabalho de casa" e foi aplaudido pelos jornalistas presentes.
5) Calor da arquibancada
A torcida russa abraçou a sua equipe. Ressabiada por conta das exibições anteriores, durante a Copa do Mundo a torcida está sendo essencial. As ruas, após o jogo contra o Egito, foram tomadas pelos russos, que festejavam, alegres, a vitória. Dentro do estádio não é diferente. Os próprios jogadores russos, inclusive, já destacaram, em entrevistas coletivas, a importância do apoio de seu torcedor na atual campanha. O lateral-esquerdo Mário Fernandes, por exemplo, se disse "feliz com o apoio" dos torcedores. Essa simbiose de equipe com torcida tem se mostrando um trunfo para a seleção da casa.
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