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Deschamps, campeão como jogador e técnico e com o time nas mãos

Técnico francês é apenas o terceiro e levar a Copa em campo e no banco (Zagallo e Beckebauer são os outros). Conquista coroa bom trabalho de seis anos

Deschamps
Deschamps sai da Rússia com o seu trabalho de lapidação de astros surtindo efeito. França bicampeã do mundo (Foto: SAEED KHAN / AFP)

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Parabéns para a França. Numa Copa do Mundo que tinha pelo menos sete favoritos, ela foi a única que chegou na decisão. E isso eliminando pesos -pesados do porte de Argentina e Bélgica. Na final contra uma seleção qualificada, habilidosa, que se superou e desde a primeira rodada e mereceu estar onde estava, o treinador Didier Deschamps soube fazer o seu time ganhar o jogo. Com eficácia ofensiva, trabalho defensivo e oportunismo ele dobrou a Croácia. Levou pressão, mas no fim das contas, 4 a 2 e o caneco seguindo para terras francesas.

Dizer que teve dedo de Deschamps é pouco. Teve cabeça, tronco e membros desde comandante que chegou ao seu triunfo 52 no comando dos Bleus. Ninguém, como técnico, ganhou tanto quanto ele na seleção francesa. É o senhor Copa na França, já que foi o capitão que levantou a taça em 1998 e agora é o treinador do bi, repetindo um feito que apenas Zagallo e Beckenbauer possuem em Mundiais.  

A montagem

Voltemos ao tempo. Deschamps assumiu após a Euro-2012, classificou o time para o Mundial do Brasil, mas saiu da Copa-2014 com uma eliminação amarga para a Alemanha, magérrimo 1 a 0. Mantido no cargo, foi moldando o elenco. Deixou de fora seu principal atacante, Benzema, envolvido num rumoroso escândalo que pulverizou sua moral no país e – com a base que foi vice-campeã da Euro-2016 - tratou de otimizar o trabalho de suas estrelas e arrumar os pontos fracos.

Na Rússia, ele notadamente encontrou uma fórmula para explorar o máximo de Griezmann e de MBappé conseguindo, assim, minimizar seu principal problema nesta Copa, a inoperância goleadora de Giroud (sete jogos, 546 minutos, 13 chutes para fora zero gol).  Fez do seu 9 um pivô para a chegada dos companheiros. Deu certo.

Também teve a sacada de apostar num zagueiro improvisado na lateral-direita e que funcionou, Pavard (saiu Sidibé). Além disso, pôs o reserva Hernández na lateral-esquerda (saiu Mendy).

A campanha

A campanha campeã foi pragmática. Os dois primeiros jogos foram de vitória apenas para o gasto e serviu para ajustar de vez o time aos novos laterais. No terceiro, o treinador usou um mistão e nem conta. Aí era a hora da verdade.  MBappé acabou com a Argentina num dos jogões da Copa, 4 a 3. Mais dois jogos vencidos na bola parada e com Griezmann mandando bem (Uruguai e Bélgica) e a França chegou até a final contra a Croácia.

A decisão

Deschamps, tem como estilo de passar muito mais tempo no banco, só se levantando para reclamar ou dar instrução. Bem diferente do croata Zlatko Dalic, em pé na área técnica durante os 90 minutos. 

Neste domingo, o chefão só deu  uma levantadinha pra gritar com a marcação aos quatro minutos (a França começou totalmente dominada) e outra quando ocorreu a falta que saiu o primeiro gol (contra de Mandzukic, teria o técnico bola de cristal?).

Deschamps sabe o que fazer. Isso foi visto na substituição de Kanté por N'Zonzi. Como? Tirar o melhor volante da Copa justamente quando o time é pressionado?  Bem, Kanté tinha amarelo e estava sobrecarregado. O comandante foi até a linha lateral, abraçou seu substituído, fez carinho em sua cabeça. N'Golo é o cara, mas não era o momento dele na opinião do treinador. E não é que deu certo, com os Bleus fazendo dois gols e abrindo 4 a 1 em questão de minutos e matando o jogo?

Deschamps é o cara. Allez, Allez, Allez,

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