A Espanha não soube aproveitar as chances que teve contra Portugal e acabou punida com um empate por 3 a 3, na última sexta-feira, pela primeira rodada da Copa do Mundo. Já Diego Costa não pode dizer o mesmo. Mesmo sem deixar o campo com a vitória, o atacante deu um passo importante pela sua continuidade na equipe: venceu a concorrência de Rodrigo e garantiu a sua titularidade no ataque espanhol.
Diante Portugal, o atacante mostrou uma característica que é bastante elogiada por Fernando Hierro, técnico da Espanha, e Diego Simeone, seu treinador no Atlético de Madrid: o poder de decisão. Se Cristiano Ronaldo estava lá, Diego Costa mostrou que também estava aqui. Aparecer em jogos grandes é o seu principal diferencial contra os concorrentes Rodrigo - e também Iago Aspas.
- Eu tenho que trabalhar e calar bocas. Os gols são muito importante, mas a verdade é que me encontrei bem na partida. Sempre tem que haver debates porque isso é bom para a seleção. No futebol, passa qualquer coisa. Olha eu, ontem estava mal e hoje estou bem - declarou Diego Costa.
Diego Costa é o "eterno contestado" da imprensa espanhola. Com menos mobilidade que seus concorrentes, sempre teve a sua presença na equipe titular colocada em xeque. Não foi diferente nesta Copa do Mundo, onde a preferência por Rodrigo ficava explícita em qualquer roda de debate em canais de televisão ou rádio. Diego se tornou um "mal necessário" que a Espanha precisa - e mostrou contra Portugal.
A Espanha viveu seu pior momento na partida após sofrer um gol com dois minutos. Tentando manter o controle das ações, era pressionada e não conseguia ter efetividade. Portugal perdeu duas chances claras em contra-ataques e poderia ter matado o confronto diante de um rival que tinha a posse de bola, mas não conseguia agradir. Então, apareceu Diego Costa...
O gol de empate foi em um estilo totalmente contrário a tudo que a Espanha se propõe. Uma ligação direta, vinda do campo de defesa, onde brigou com a defesa inteira até abrir espaço para finalizar. Estava sozinho contra a defesa portuguesa e deixou sua marca. No segundo, um gol de bola aérea, coisa rara em um time que gosta de manter suas ações pelo chão. Na pequena área, mostrou boa antecipação para marcar.
O técnico Fernando Hierro sabe que não será apenas a posse de bola que levará a Espanha ao título mundial. No passado, criticou as equipes que privilegiavam a posse de bola e não conseguiam ser agressivas. Com Diego Costa, sabe que perderá mobilidade, mas terá poder de fogo. Antes eterno contestado, agora a titularidade é garantida e a Espanha definiu seu atacante.