Executiva responsável pelas estruturas provisórias da Copa de 2014 destaca inovação do Qatar

Com sua infraestrutura praticamente pronta com um ano de antecedência, o Qatar vive agora a expectativa para o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2022. A abertura do evento acontece no próximo dia 20, com a seleção anfitriã enfrentando o Equador, às 13h (horário de Brasília). A estreia do Brasil acontece quatro dias depois, diante da Sérvia, às 16h, no horário de Brasília.

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Para receber os jogos, o Qatar se preparou com a disponibilização de oito estádios, sete deles construídos do zero, além da ampliação da rede hoteleira, rede de esgoto, malha viária e investimentos em revitalização e paisagismo urbano.

No transporte público, novas linhas de metrô foram criadas para circularem entre os estádios-sede, enquanto novos trens foram disponibilizados para rotas mais interioranas. O país anfitrião espera receber cerca de 1,5 milhão de turistas durante a realização da Copa.

Uma das características da infraestrutura local é inovação e design arrojado. A proposta do comitê organizador é, além de impressionar o mundo com a tecnologia do país, tornar o evento sustentável e com impactos positivos para a comunidade catari. Diante disso, o país inovou e construiu um estádio para 40 mil pessoas com apenas com estruturas provisórias, o Ras Abu Aboud.

O estádio fica a 7km do centro da capital de Doha, às margens do Golfo, e foi apelidado de Estádio 974 (número que faz menção à quantidade de contêineres usados em sua construção). O 974 será, inclusive, palco de um jogo da Seleção Brasileira, o duelo entre Brasil e Suíça, no dia 28 de novembro, será realizado no Ras Abu Aboud. Após o mundial, toda a sua estrutura será doada para a construção de diversas praças esportivas no Qatar e países subdesenvolvidos.

Tatiana Fasolari, diretora executiva da Fast Engenharia, empresa brasileira especializada em montagem de estrutura provisórias que foi responsável pelos projetos da Copa de 2014, no Brasil, visitou as obras do Estádio 974 in loco e ressaltou a ousadia do projeto catari.

- É realmente um projeto brilhante, que ao mesmo tempo mistura materiais simples como containers, com um projeto arquitetônico arrojado - comenta a especialista.

Com vasta experiência em montagem de eventos esportivos pela Fast, Tatiana acredita que o Catar “lançará moda” e que as estruturas desmontáveis serão tendência devido aos benefícios que elas trazem.

- A infraestrutura temporária em grandes eventos é a grande tendência deste século. É extremamente sustentável, uma vez que praticamente todo material é reutilizável, significa uma redução drástica de custos na construção e principalmente na manutenção pós evento, além de garantir um cronograma de montagem muito mais curto - avaliou a especialista.

Apesar das facilidades, a diretora alerta que, como qualquer outra construção, a montagem de uma estrutura temporária deve ser encarada com grande seriedade e rigor.

- A gestão e experiência da empresa responsável por montar essa estrutura é fundamental. Tudo deve ser feito com extremo profissionalismo e segurança. Um dos desafios é ter empresas competentes para executar este tipo de projeto nos prazos estipulados, que normalmente são bem curtos. Não existe atraso, o evento tem dia e hora para começar, não é possível modificar isso, então o profissionalismo tem que ser extremo - completou Tatiana.

A profissional explicou que as estruturas móveis são uma ótima opção para montagem de grandes estruturas para abrigar eventos temporários, como, por exemplo, arenas de disputas esportivas, centros de imprensa e alojamentos. Desse modo, países que se preparam para receber futuros eventos já observam atentamente o funcionamento do Ras Abu Aboud, o Estádio 974, no Catar, a fim de avaliar e confirmar os benefícios deste tipo de construção.