Forsberg rouba a cena na defesa e no ataque e garante Suécia nas quartas
Contra a Suíça, o meia do RB Leipzig marcou o único gol da partida que garantiu a Suécia nas quartas de final da Copa do Mundo após 24 anos
A Suécia chegou para o confronto com a Suíça sentindo o peso de ser o time com menos posse entre as 16 seleções que entraram nas oitavas de final. Com média de 47 passes para apenas uma finalização certa (de acordo com o Footstats) o time embarcou na fase mata-mata como líder do Grupo F e mostrando um futebol competitivo, mesmo com a notável falta do maior artilheiro da história da Suécia, Zlatan Ibrahimovic.
Contando peças pouco conhecidas, o técnico Janne Andersson formou a linha de frente com suas melhores opções para chegar às oitavas, tendo como referência técnica Emil Forsberg, do RB Leipzig, e mudou a proposta de jogo dos suecos, apostando na defesa formada por Lusting, Lindelöf, Granqvist e Augustinsson. O setor, responsável por cortes pontuais que livraram a meta sueca, também foi essencial no saldo de gols, ao marcarem com Graqvist e Augustinsson, três dos cinco tentos da equipe na disputa da fase de grupos.
Em seu primeiro compromisso na fase mata-mata, os nórdicos não apresentaram dificuldade para chegar ao campo adversário - apesar de a Suíça liderar a posse de bola durante praticamente toda a partida - mas foram prejudicados no primeiro tempo pelos erros de ataque. O que preservou a esperança da torcida foi a tradição mantida pela equipe desde a sua estreia no Mundial: o gol no segundo tempo.
E depois de uma etapa inicial sem grandes emoções, Forsberg, 11º maior finalizador da disputa, tirou o peso das costas de Berg, que só ficou no "quase", e puxou para si a responsabilidade de abrir o placar e marcar seu primeiro gol em Copas do Mundo, garantindo a classificação sueca para as quartas de final, algo que não acontecia desde 1994.
Apesar de ter sido o autor do tento máximo, o papel do meia do RB Leipzig em campo foi muito além de sua função. Veloz, Forsberg deixou Toivonen, Ekdal e Berg em boas condições de gol, mas logo sofreu com entradas duras dos rivais. Apesar da pressão, o meia não desanimou. Já no final do primeiro tempo, Forsberg quase abriu o placar em cobrança de falta, desviada por Dzemaili e perdeu uma boa oportunidade no segundo tempo, ao bater mal uma nova falta, que estourou na defesa suíça. O erro foi compensado dois minutos depois. Carregando a bola pelo meio, com liberdade, o camisa 10 soltou uma bomba de pé direito e contou com desvio de Akanji para abrir o placar em São Petersburgo.
A Suíça buscou responder e encaminhar a partida para a prorrogação, mas novamente Forsberg foi pontual, desta vez na defesa. Ao lado do goleiro Olsen, o meia bloqueou ótima finalização de Embolo, salvando a meta sueca de sofrer o gol de empate. Se antes, os próprios suecos se consideravam os azarões da partida, o tímido e humilde camisa 10, que foi um dos principais nomes da Suécia na Euro Copa de 2016, nada lembra o polêmico Ibrahimovic, mas foi o responsável por devolver o país às quartas de final da Copa do Mundo após 24 anos.
Destaque na fase mata-mata pela objetividade do time, a Suécia trocou apenas mil passes neste Mundial, com média de 250 por jogo. As finalizações são ainda mais escassas, sendo uma a cada 22,7 passes trocados, o que deixa a equipe com a segunda menor marca entre as 32 seleções inscritas na disputa (atrás apenas da Islândia, que finalizou uma vez a cada 22,2 passes realizados).