O Uruguai pode ter sentido muito a ausência de Edinson Cavani, mas a derrota para a França por 2 a 0 em Nijny Novgorod vai muito além disso. Sem sustos, a equipe de Didier Deschamps se organizou contra um time muito mais forte do que a bagunçada Argentina e ganhou ainda mais confiança para a semifinal da Copa do Mundo.
Os dois gols aconteceram em momentos cirúrgicos da partida. Para abrir o placar, Varane subiu alto em uma bola parada e marcou, já no final do primeiro tempo. Isso obrigou os uruguaios a mudarem de estratégia para a segunda etapa. Se o jogo virasse 0 a 0 no intervalo, os comandados de Óscar Tabárez provavelmente cresceriam.
Na volta ao segundo tempo, os sul-americanos cresceram e tiveram que ir para cima. No entanto, quando encontraram seu melhor momento na partida, viram Griezmann chutar de fora da área para testar Muslera e o arqueiro engolir um frangaço, fechando a conta.
A movimentação pelas laterais e a pouca permanência na defesa ilustram como os franceses conseguiram impor seu jogo. Griezmann se mexeu muito pelos dois lados e ajudou a França a fazer suas 11 finalizações (duas no alvo, sete fora e duas bloqueadas). Outro fator determinante foi o número de passes corretos. Depois de um início mais complicado, os Bleus encaixaram e acertaram 81% dos passes, em um total de 521. Para se ter ideia, o Uruguai teve apenas 67% de aproveitamento.
Com disciplina tática e contando também com um pouco de sorte pela falha de Muslera e um dia nada inspirado de Suárez, a atuação coletiva foi a arma de Deschamps para colocar a França pela terceira vez, nas últimas seis edições de Copa, entre os quatro melhores da Copa do Mundo.