Franceses fazem 1ª fase sem polêmicas e querem ‘Copa da paz’
França tem um histórico recente de confusões durante a preparação e o clima esquentou quando a lista dos 23 convocados saiu; agora, parece diferente
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A França sempre é colocada como uma das favoritas a levar o título da Copa do Mundo. Neste ano não é diferente. Com um elenco recheado de jovens talentos, o time comandado por Didier Deschamps pode ir longe na briga pelo segundo título da competição. Indo na contramão do clima de esperança e otimismo, as polêmicas recentes nos últimos Mundiais ainda são um fantasma que os convocados atuais tentam afastar.
Desde a Copa disputada no Brasil, apenas seis jogadores estão mantidos no elenco. Entre os vários motivos para a troca dessas peças estão as ausências de Karim Benzema e Mathieu Valbuena. O atacante do Real Madrid é o principal suspeito de chantagear o ex-companheiro por conta da suposta existência de um vídeo íntimo do meio-campista.
Voltando ao início do caso, em junho de 2015, o atleta do Fenerbahçe abriu uma denúncia depois de receber uma ligação anônima enquanto estava concentrado junto à seleção francesa. Desde então, a Justiça local investiga os suspeitos no caso. Djibril Cissé, que jogou com ele na seleção francesa e no Olympique de Marselha, chegou a ser detido, mas foi liberado 10 horas depois. Benzema foi indiciado e proibido de se aproximar de Valbuena. No mesmo ano, em outubro, o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graët, resolveu afastar de vez o atacante.
Rabiot
Falando em um cenário ainda mais recente, logo depois de Didier Deschamps divulgar a lista dos 23 convocados para a Copa do Mundo e os suplentes, o volante do PSG Adrien Rabiot pediu dispensa. Em carta aberta publicada nas redes sociais, o jogador se mostrou insatisfeito por não ter sido chamado para o grupo principal.
– Se eu decidi me retirar da lista de suplentes, é porque considero que a escolha do técnico, em minha opinião, não condiz com qualquer lógica esportiva. Há muito tempo, a mensagem era clara: era o rendimento que abre as portas da Seleção Francesa – escreveu Rabiot.
Deschamps tentou minimizar a polêmica depois, mas não pôde evitar o clima instável antes do início da competição.
Mundial para esquecer
A Copa do Mundo de 2010 é um período que os franceses gostariam de deixar para trás. Isso porque naquela época os Bleus chegaram ao nível máximo de caos que uma seleção pode atingir. O técnico Raymond Domenech já chegou ao Mundial sabendo que não duraria muito mais no cargo e resolveu relaxar.
Sem uma concentração pesada, a intenção era fazer os jogadores interagirem com as pessoas. Uma das iniciativas foi levar os jogadores para andar de bicileta e o primeiro episódio complicado foi aí: Anelka caiu no asfalto durante o passeio.
Sem viver uma grande fase, Thierry Henry começou a Copa direto no banco de reservas e ainda teve o par de chuteiras presas na alfândega da África do Sul. Elas só foram entregues ao jogador quando faltava menos de uma hora para o início da partida. Depois de um sonolento 0 a 0, o elenco francês passou a pedir Henry como titular. Até Zidane cornetou o treinador, que seguiu sem mudar de opinião.
Na derrota por 2 a 0 para o México, Anelka foi substituído no intervalo e xingou o treinador no vestiário. Henry, que seguia sentado no banco, saiu do estádio cantando e sem se importar muito com o mau resultado. A crise explodiu de vez quando alguém do grupo entregou para a imprensa a briga no vestiário.
Evra disse que havia um traidor entre eles, Anelka foi cortado da Copa, Gallas mostrou o dedo aos jornalistas, houve um boicote ao treino e o preparador físico ainda tentou agredir Evra. A derrota para a África do Sul por 2 a 1 na última rodada culminou na queda na fase de grupos e o fim do ciclo de Domenech.
Novos tempos
Os resquícios dos escândalos deixam a França ainda sob alerta, mas por enquanto tudo está caminhando em paz. Mbappé e Rami tiveram um choque pouco antes da estreia durante um treino e o atacante saiu irritado de campo, mas garantiu que não há rivalidade entre eles (atuam em clubes rivais). A decisão de Antoine Griezmann sobre ficar ou não no Atlético de Madrid também poderia vir a se tornar um problema, mas logo o camisa 7 anunciou que permaneceria na equipe de Diego Simeone e encerrou as especulações.
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