Guerrero, Gabriel Jesus, Cueva e Copa: Gareca abre o jogo ao L!
Treinador argentino fala da emoção de levar o Peru a uma edição de Mundial após 36 anos, sobre os desafios que terá na Rússia, a breve passagem pelo Palmeiras e muito mais
- Matéria
- Mais Notícias
Ricardo Gareca é um nome consolidado na Argentina. Sua trajetória como jogador e, principalmente, como treinador é bastante respeitada em seu país natal. No entanto, de acordo com ele mesmo, em entrevista exclusiva ao LANCE!, um dos momentos mais emocionantes de sua vida (ele tem 60 anos) aconteceu no fim do ano passado, ao levar a seleção do Peru de volta a uma edição da Copa do Mundo após 36 anos.
- Foi uma emoção muito grande – sentenciou.
Gareca não fugiu de praticamente nenhum questionamento. Sincero, disse que o Peru vai batalhar muito para avançar no Grupo C. Colocou seis países, entre eles o Brasil, no páreo para o título na Rússia. Revelou alívio por contar com Guerrero, e afirmou que Cueva é um jogador especial. Acredita, inclusive, que a atual geração peruana tem tudo para seguir nas próximas edições da Copa. Analisou o que não deu certo em sua passagem pelo Palmeiras, e até Gabriel Jesus entrou na pauta.
A única questão que o técnico preferiu “esquivar-se” de analisar foi um possível encontro com a Argentina nas oitavas de final da Rússia. Confira o bate-papo abaixo:
Qual é a sua expectativa para o Mundial da Rússia?
A nossa expectativa é poder fazer um bom papel na Rússia. Evidente que temos o desejo da classificação para a próxima fase dentro do nosso grupo. Vamos em busca desse objetivo.
Na sua avaliação, quem são os principais favoritos ao título nesta edição?
Bom, vejo Argentina, Brasil e Colômbia como bem cotados pelo lado sul-americano. Na Europa, coloco Alemanha, Espanha e França. Creio que são seleções importantes nesse grupo dos postulantes ao título desta edição.
Acredita que essa jovem geração peruana é capaz de continuar classificando o país para as próximas edições da Copa do Mundo?
Acredito que sim. Existe, hoje, potencial nos jogadores peruanos para brigar de igual para igual na próxima edição das Eliminatórias para a Copa de 2022, por exemplo. Peru é um país que pode evoluir ainda mais, e tem potencial para isso.
O Peru conseguiu resultados importantes nas últimas edições da Copa América. Duas delas sob o seu comando. Qual foi o impacto deste tipo de resultado para o futebol peruano?
Foram duas campanhas muito importantes para esse aspecto. É um torneio, que até por ter acontecido recentemente em dois anos seguidos (2015, no Chile e 2016, em edição centenária nos Estados Unidos), nos permitiu ficar mais tempo juntos. Em alguns casos, você acaba conseguindo chamar e observar mais jogadores. E isso faz com que o grupo ganhe cada vez mais experiência.
Relacionadas
Ficou temeroso em não contar com Guerrero na Copa? Até que ponto a presença dele, mesmo sem tanto ritmo de jogo, mas com a parte física afiada, pode ser um trunfo do Peru?
Certamente. Não poder contar com Guerrero seria um problema para a nossa seleção. Felizmente, reviram o tempo da punição. Mesmo sem ele, conseguimos recuperar também outros jogadores, como Farfán. O grupo está muito unido e, por isso, é uma grande satisfação contar com Guerrero em um momento tão importante.
Você esteve no Brasil para uma conversa com Cueva. É um jogador que tem uma atenção mais especial de sua parte neste momento?
Cueva também tem um papel muito importante para a seleção peruana. Tenho esse papel de manter contato e observar permanentemente como ele está trabalhando com o São Paulo.
'Vejo Argentina, Brasil e Colômbia como bem cotados pelo lado sul-americano. Na Europa, coloco Alemanha, Espanha e França. Creio que são seleções importantes nesse grupo dos postulantes ao título desta edição'
Qual foi o jogo-chave para o Peru conseguir estar na zona de classificação para o Mundial? Recuperar os pontos da derrota para a Bolívia (que escalou irregularmente Nelson Cabrera) também foi determinante para a mudança do seu time no torneio?
Acho que foi um todo. Nós, depois que perdemos para o Brasil em casa (2 a 0 no fim de 2016), ficamos invictos até o fim (nos seis jogos seguintes, foram três vitórias e três empates). Creio que esse período foi chave pelas partidas importantes que tivemos que superar. Claro que os pontos que conquistamos depois, da Bolívia, também nos ajudaram.
O Peru não disputava uma Copa desde 1982. Mesmo sendo um estrangeiro no comando, foi especial poder proporcionar esse retorno do país a uma edição do Mundial?
Foi uma emoção muito grande. Acredito que tenha sido um dos momentos mais emocionantes da minha carreira até aqui.
Qual a sua avaliação sobre o Grupo C? A França é mesmo a favorita, ou todos estão no mesmo nível para a disputa das duas vagas?
É um grupo difícil. França é candidata não só a passar na primeira colocação, como também ao título na Rússia. Mas vejo nossa equipe com boas possibilidades de classificação diante dos adversários que vamos ter pela frente nesta fase.
A Argentina é uma possível adversária que o Peru pode ter logo nas oitavas de final. Caso ocorra essa partida, será especial para você?
É bem provável que a Argentina se classifique em sua chave. Mesmo assim, prefiro não fazer nenhum tipo de análise prévia de um possível encontro.
Pretende seguir no cargo de treinador da seleção peruana depois da Copa? Já conversou com alguém da federação sobre essa possibilidade?
Só devo decidir algo ou falar com a federação sobre meu futuro depois do Mundial. No momento, não falei com ninguém a respeito de uma possível permanência para o ciclo visando o Mundial do Qatar, em 2022.
Você trabalhou durante muito tempo no Vélez Sarsfield. Esse período foi fundamental para a consolidação de seu nome no mercado argentino e sul-americano?
O Vélez teve um papel muito significativo para minha carreira de treinador. Foram cinco anos no clube, onde você precisa lidar com pressão, exigências. Sem dúvida, até aqui, foi o clube mais importante da minha carreira.
Por que acredita que não ter conseguido o sucesso esperado no Palmeiras? Ter aceitado o desafio no meio de uma temporada brasileira também dificultou seu planejamento?
É difícil explicar. Infelizmente, os resultados não foram satisfatórios. Mesmo assim, me trataram muito bem neste período, seja a diretoria do clube, os jogadores com quem trabalhei. Até mesmo a torcida. Mas, infelizmente, não conseguimos emplacar uma boa sequência com a equipe.
Você foi o primeiro treinador a observar e a querer utilizar Gabriel Jesus no Palmeiras. Hoje, ele é o camisa 9 da Seleção Brasileira. Desde o início, já via toda essa qualidade nele?
É um jogador respeitável. Busquei informações, vi qualidade e, por isso, o puxei para participar de meus últimos treinamentos nesta passagem pelo Palmeiras. Infelizmente não pude utilizá-lo da maneira como queria naquela época em que estive no clube.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias