Herói, Rojo é carrasco antigo da Nigéria e torcedor de arquibancada
Defensor já havia definido vitória contra os africanos na Copa do Mundo de 2014. Quando está na Argentina, vai ao estádio para apoiar o Estudiantes - até no meio da 'barra'
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Entusiasmado com a festa da torcida, Marcos Rojo foi o primeiro jogador a publicar imagens da multidão que se reuniu em frente ao hotel da Argentina em São Petersburgo na véspera do decisivo jogo contra a Nigéria. Mal sabia ele que, pouco mais de 24 horas depois, seria o responsável por uma festa ainda maior: a da suada classificação às oitavas de final.
O herói improvável é lateral-esquerdo de origem, foi escalado como zagueiro por Jorge Sampaoli e apareceu surpreendentemente como centroavante para marcar o gol da vitória por 2 a 1 aos 40 minutos do segundo tempo, quando seus companheiros erravam até os passes mais simples e tudo já parecia perdido. Canhoto, ele balançou as redes com um bonito chute de pé direito.
Rojo não é de fazer gols, mas não diga isso aos nigerianos. A seleção africana sofreu dois dos três gols que o defensor anotou em 54 jogos pela Argentina. O outro também foi em Copa do Mundo, garantindo a vitória por 3 a 2 na última rodada da primeira fase em 2014, em Porto Alegre. Sua outra vítima foi o Paraguai, em goleada por 6 a 1 na Copa América de 2015.
Torcedor de verdade
Marquitos, como é chamado pelos companheiros, é um torcedor na essência. Está em sua segunda Copa do Mundo e joga em um dos maiores clubes do planeta (o Manchester United, com quem acaba de renovar até 2021), mas não abandona o seu querido Estudiantes de La Plata.
No fim de maio, de férias, Rojo esteve em um dos camarotes do estádio Ciudad de La Plata e comemorou muito a vitória por 3 a 1 sobre o Nacional (URU) que classificou o Estudiantes aos mata-matas da Libertadores. Ele já havia sido flagrado torcendo pelo clube de seus amores em 2015, em um jogo contra o San Martín de San Juan. Naquela ocasião, ficou no meio da "barra", a torcida organizada.
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Rojo também carrega esse amor na pele. Tem o escudo do Estudiantes tatuado em um dos tornozelos e a taça da Libertadores que o clube conquistou em 2009 desenhada abaixo das costelas. Revelado pela equipe de La Plata, ele fazia parte do elenco que venceu a final contra o Cruzeiro. De lá foi para o Spartak Moscou (RUS) e para o Sporting (POR) antes de acertar com o United (ING).
Apesar de ser menos badalado que os companheiros, o camisa 16 compartilha da mesma aflição de Messi, Mascherano, Aguero, Higuaín e alguns outros que estão na Rússia: participou dos vices da Copa do Mundo de 2014 e das Copas Américas de 2015 e 2016.
Apesar das decepções, o jogador conseguiu aproveitar esses torneios para convencer a torcida argentina de que tem futebol para defender a seleção. A desconfiança começou a ser quebrada no primeiro jogo do Mundial de 2014, quando ele protagonizou uma de suas jogadas mais famosas: cortou um ataque da Bósnia de letra (ou de "rabona", como dizem os hermanos).
Na semifinal contra a Holanda, passou uma bola por entre as pernas de Robben, em outra jogada que se notabilizou. Nada comparado ao histórico gol de São Petersburgo.
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