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Pouco dinheiro e novas ideias: como a Croácia reinventou o futebol no país

Com menos de 30 anos de existência, a Croácia apostou em projeto nacionalista se tornou o país de menor quantidade populacional a chegar em uma final de Copa do Mundo

Modric e Rakitic são exemplos dos crescimento do futebol croata no país
imagem cameraAFP
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 13/07/2018
16:42
Atualizado em 14/07/2018
07:15

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A Copa do Mundo de 2018 ficou marcada pelas "gerações de ouro". Muito se falou da Bélgica, que alcançou as semifinais, mas a Croácia também despontou ao alcançar a melhor campanha de sua história no torneio. Com menos de 30 anos de existência, o país de Luka Modric, Ivan Rakitic e Mario Manduzkic surpreende pelas vitórias com pouco material humano e poder financeiro. São os resultados de um projeto independente e nacionalista, que adotou um modelo diferente ao produzido pela Iugoslávia. 

A Croácia é o menor país em termos populacionais a chegar em uma final de Copa do Mundo. Os europeus possuem 0,06% da população mundial, enquanto o Uruguai, finalista em 1930, tinha 0,08% naquela época, segundo estimativas das Nações Unidas. Sem poder contar com grandes quantidades de material humano e sabendo que a liga nacional não atraia investidores, foi preciso mudar a forma de pensar futebol e a aposta foi nas categorias de base. 

O planejamento é conhecido: investimento a longo prazo para colher os frutos no futuro. A diferença é que a Croácia apostou no desenvolvimento de seus atletas em ligas mais competitivas para aperfeiçoar o trabalho. É conhecido por ser um "país exportador", revelando atletas e permanecendo em um movimento cíclico de vendas. O dinheiro é reinvestido e novos jogadores são formados. 

Outro ponto importante é a ligação nacionalista que o país busca cultivar. Por viver constantemente em guerras e ter se desvinculado da Iugoslávia, é comum que a população do país seja formada por filhos de imigrantes, ou tenham relações familiares com outras nações. A Croácia busca formar uma cultura nacionalista desde a sua independência, o que costuma atrair jogadores naturalizados. O caso de maior sucesso: Ivan Rakitic. 

O meio-campista do Barcelona nasceu na Suíça, nação que defendeu durante grande parte das categorias de base. No entanto, por ser filho de croatas, sempre houve uma ligação familiar. A naturalização veio após um acordo em comum entre a Federação, que desejava contar com o craque, e do jogador, que já declarou a escolha pela Croácia devido a ligação com seus pais. 

- A Croácia é um fenômeno no mundo. A HNS não tem grande ajuda estatal e de outros órgãos do governo, não tem um estádio nacional, mas não temos medo do futuro. Vou revelar a fórmula, apenas dez jogos por ano trazem lucro, o dinheiro que vem das outras 190 partidas que a gente promove é usado para investir no futebol, em todas as categorias. Essa é a chave. Nosso trabalho é investir, nada mais - relatou Suker, presidente da Federação. 

Dentro do país, o Dínamo de Zagreb pode ser considerado o maior exemplo de desenvolvimento de categorias de base. O modelo usado foi adaptado por nomes como Barcelona e Real Madrid por conseguir captar jogadores, formá-los e utilizá-los na equipe principal. As características buscadas são habilidade, agilidade e técnica. Luka Modric foi um dos revelados neste projeto. 

França e Croácia se enfrentam no próximo domingo, às 12h, em Moscou, para disputar do título. Os franceses tentam a segunda conquista, enquanto os croatas querem o feito inédito. Bélgica e Inglaterra disputam o terceiro lugar no próximo sábado, em São Petersburgo.

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