ANÁLISE: contra os Estados Unidos, Inglaterra deu um passo para frente e dois para trás
Seleção inglesa demonstrou evolução no aspecto defensivo em relação a estreia na Copa do Mundo, mas caiu muito na parte ofensiva
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A evolução defensiva da Inglaterra no empate sem gols contra os Estados Unidos, na última sexta-feira (25), pode ser considerada um passo à frente da seleção dirigida por Gareth Southgate em relação à estreia no Mundial, contra o Irã, na última segunda-feira (21). Porém, a queda no poder de criação ofensiva são dois passos para trás que os ingleses tiveram de um jogo para o outro.
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Após o triunfo por 6 a 2 na primeira partida, o treinador inglês havia alertado a preocupação com os gols sofridos e o perigo que isso teria ao enfrentar uma seleção mais forte. Southgate também sempre alertou sobre a dificuldade que os norte-americanos iriam impor, por ser uma equipe mais jovem e veloz.
Pois bem, contra os Estados Unidos o técnico da Inglaterra conseguiu corrigir alguns erros defensivos que resultaram nos dois primeiros gols do Irã nesta Copa do Mundo. Ainda usando o esquema com uma linha de quatro na defesa, e não uma trinca de zagueiros como foi durante o ciclo até o Mundial, a dupla de zaga Stones e Maguire se mostrou bastante atenta na grande maioria das investidas do US Team. Ponto mega positivo.
Por outro lado, manter a formação e até a escalação inicial que venceu o Irã para enfrentar os estadunidenses foi um grande erro no aspecto ofensivo. Os garotos que deitaram e rolaram diante dos persas não conseguiram repetir o feito agora contra outros jovens talentosos, os norte-americanos. Diferentemente da primeira apresentação inglesa na Copa, nomes como Bellingham e Saka estiveram apagados, e Mason Mount ficou alheio no meio-campo.
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Por sinal, foi o setor central o grande responsável para que a maioria das grandes chances do primeiro tempo e início da etapa final fossem dos Estados Unidos. Com a responsabilidade nas costas da Inglaterra, era bem mais fácil para os ‘garotos do Tio Sam’ explorarem a velocidade, os toques rápidos e os contra-ataques. Assim, nomes como Musah, McKennie, Timothy Weah e Pulisic deitaram e rolaram contra os Três Leões, principalmente nos primeiros 45 minutos. E só não foi pior para os ingleses, porque a bola caprichosamente não entrou em, pelo menos, duas grandes ocasiões.
Assim, os passos para frente dado pela Inglaterra no ponto de vista defensivo se contrastaram com os dois para trás na involução ofensiva que a seleção demonstrou do primeiro para o segundo jogo no Mundial.
E ainda temos que falar sobre a ausência de Phil Foden. É compreensível a não aparição do jovem do Manchester City entre os titulares, pois Southgate tem as suas convicções que estão em boa fase, como Mason Mount, Saka e Sterling. Mas não colocar um atleta que já mostrou ter um grande talento em uma situação de necessidade de vitória passou longe do aceitável.
Faz sentido explicação dada pelo treinador inglês na entrevista pós-jogo por não ter colocado Foden, o diagnóstico de que a Inglaterra precisava ganhar o meio-campo foi perfeito, tanto que a seleção melhorou após as entradas de Henderson e Grealish, mas não se pode morrer com duas alterações quando você é favorito, pode confirmar a classificação antecipada à próxima fase, está empatando sem gols e tem no banco um atleta diferenciado tecnicamente.
Não ter colocado Phil Foden no segundo tempo, ficando com alterações a serem feitas, foi um sinal preocupante de que Gareth Southgate não possui alternativas táticas na manga em momentos de necessidade. Se já se mostrou perigoso na fase de grupos, pode ser muito mais em um eventual jogo decisivo de mata-mata.
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