Maradona descendente de croatas? Veja o histórico de jogadores argentinos com origens na Croácia
Argentina já teve jogadores que puderam defender a seleção do país adversária na semifinal da Copa do Mundo
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A Argentina entrará em campo nesta terça-feira contra a Croácia, pela semifinal da Copa do Mundo, no Estádio de Lusail. A Albiceleste tem um histórico de jogadores com ascendência do país adversário que passa inclusive pelo seu maior ídolo. Como é essa história? O LANCE! explica a partir de agora.
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Um dos casos sobre o tema é o de Daniel Bilos, jogador que possui ascendência croata e que jogou três jogos com a camisa da seleção argentina entre os anos de 2005 e 2006, sob o comando de Alfio Basile. Ele fez a maior parte de sua carreira no futebol argentino e defendeu clubes como Banfield, Boca Juniors e San Lorenzo.
Bilos chegou a ser cogitado para defender a Croácia em 2005 e tinha até mesmo um passaporte comunitário. O jogador é bisneto de um croata, nascida na cidade litorânea de Split. Na época, muitos pediam a sua convocação por parte do técnico da Argentina na época, José Pekerman, não só pelo nível apresentado no campeonato local, mas também porque não queriam que ele fosse cedido para defender outro país.
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Outro atleta de origem croata, é o ex-atacante Dario Cvitanich, que jogou no Ajax e no Boca Juniors, onde foi vice-campeão da Libertadores de 2012. Ele esteve muito perto de ser convocado para a seleção da Croácia na Copa de 2006 e em 2007, porém isso nunca ocorreu de fato.
Ele nasceu em Baradero, na Argentina e seu sobrenome é uma adaptação em espanhol do nome croata Cvitanic. As regras de naturalização por parte da Fifa também dificultaram a possibilidade de defender a seleção balcânica. Nas normas da entidade, é estabelecido que o jogador só pode atuar em países onde não viveu por cinco anos antes de completar 18 anos, ou por três depois dessa idade, se possuir origens até a segunda geração anterior (a de seus avós), o que não é o caso de Dario que tem um bisavô croata.
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O último caso - e não menos importante - envolve o Deus dos argentinos. Até mesmo Diego Armando Maradona possuía origens no pequeno país dos Balcãs. Sua avó materna se chamava Salvadora Kariolic, um sobrenome comum nas cidades de Bakar e Kraljevica, no leste da Croácia, perto da fronteira com a Eslovênia.
Segundo uma reconstrução da agência de notícias francesa AFP, seu bisavô se chamava Matej Karolic, que nasceu na Dalmácia, onde hoje é a Croácia, em 1847, época em que a região ainda pertencia ao Império Austro-Húngaro. Se estimou que o local de origem seria na cidade de Korcula, perto de Rijeka, no norte do país. O pai de sua avó materna migrou para a Argentina, onde Salvadora nasceria.
Também se estima que seu bisavô emigrou para a cidade argentina de Corrientes, onde teve nove filhos em seu casamento com Trinidad Ferreyra em 1875, e a mais nova seria a avó de Maradona.
O próprio Diego, quando visitou a Croácia em 2005 para participar de um jogo beneficente junto com grandes lendas do futebol balcânico, como Boban e Suker, chegou a brincar ao falar de suas origens croatas.
- Dizem que meus antepassados viviam perto daqui. Vim ver se me deixaram alguma herança - disse Maradona no evento em que compareceu no ano de 2008
Outro nome argentino de ascendência croata no esporte é o tenista Daniel Orsanic, que ganhou a Copa Davis de 2016 com a Argentina, em Zagreb, inclusive. Seu pai é da Croácia e foi professor em aulas de tênis no país.
A IMIGRAÇÃO CROATA NA ARGENTINA
A imigração na Argentina é significativa, apesar de ser menor que a espanhola e a italiana. No entanto, a obtenção de registros é um pouco mais complicada pelo fato da nação croata já ter pertencido ao império Austro-Húngaro e à Iugoslávia. Apesar disso, o governo da Croácia estima que haja mais de 250 mil pessoas de origem croata no país sul-americano.
O início do fluxo migratório balcânico na Argentina remete a antes mesmo da independência da Coroa Espanhola com a chegada do jesuíta Nikola Plantic, que lecionou na Universidade de Córdoba. A chegada de pessoas da região aumentou nos períodos entre guerras nos países europeus, como é o caso do pai de Daniel Orsanic, que fugiu da Segunda Guerra Mundial.
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