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Até o gol contra: como a estratégia do Irã foi perfeita para bater o Marrocos

Equipe comandada pelo português Carlos Queiroz cumpriu à risca a sua estratégia de passar 80% da partida se defendendo e segurou os africanos, fazendo gol nos acréscimos

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Em São Petersburgo, tudo caminhava para o primeiro jogo sem gols na Copa do Mundo. Mas o Irã, que se propôs a praticamente só se defender, viu sua tática funcionar com perfeição. Tudo graças a Bouhaddouz, que saiu do banco e fez o gol contra que definiu a derrota do Marrocos por 1 a 0, aos 49 minutos do segundo tempo.

Nenhum dos times poderia perder pontos para ter mais chances de sonhar com uma vaga nas oitavas de final, já que os favoritos Portugal e Espanha também estão no Grupo B. Os africanos buscaram espaço e ocuparam o campo adversário o tempo todo, mas não acharam o gol. E o time do Oriente Médio, mesmo sem qualidade para contra-atacar, somou três pontos após cobrança de falta erguida na área já nos minutos finais.

O sonho iraniano se concretizou
O time do técnico português Carlos Queiroz, ex-auxiliar de Alex Ferguson no Manchester United e com passagem pelo Real Madrid, terminou o jogo com apenas 34% de posse de bola. Jogou quase o tempo todo rente à sua área, bloqueando as tentativas marroquinas.

Pouco conseguiu atacar, até por falta de qualidade. A esperança estava somente na bola parada. E ela veio aos 49 minutos do segundo tempo, quando Bouhaddouz, atacante de 31 anos, estava na área para ajudar a defesa e acabou cabeceando contra as próprias redes.

Pressão inicial, e nada mais
Carlos Queiroz prometeu e o Irã cumpriu à risca a estratégia de defender em 80% da partida. O time asiático até está acima do Marrocos no ranking da Fifa (37º contra 41º), mas é consciente de que sua defesa é o forte da equipe e montou um posicionamento que amarrou os africanos.

Empolgados, os marroquinos começaram pressionando e levaram perigo com Harit e Ziyech nos três primeiros minutos. Mas logo os iranianos aproximaram ainda mais o seu quarteto do meio-campo do trio de zagueiro, recolheu seus pontas e ficou no seu campo. Escondeu Ziyech, meia do Ajax que é a fonte de inspiração do Marrocos, e travou o jogo.

Ferrolho intransponível, mas sem ataque
As chances foram sumindo, com os marroquinos se irritando e errando na mesma medida. O primeiro tempo, que nos primeiros 15 minutos teve só 25% da posse de bola com o Irã, terminou com 37% da posse para a equipe de Carlos Queiroz, contra 67% dos africanos.

Mas, já aos 41 minutos do primeiro tempo, ficou ainda mais evidente que faltava algo importante para o Irã: qualidade ofensiva. Em um raro contra-ataque no qual o time acertou passes depois do meio-campo, Azmoun foi tropeçando na bola, livre na área, e parou em bela defesa do goleiro El Kajoui.

O que se viu depois do intervalo, ao longo de todo o segundo tempo, foi Marrocos tentando ter paciência para encontrar um espaço. O Irã parecia não cansar de correr atrás da bola e manter seus jogadores muito próximos, perto de sua área.

Nesse ritmo, enfim, ocorreu um grande lance na partida. Ziyech, o mais inspirado dos marroquinos, chutou na entrada da área, no canto esquerdo, e o goleiro Beiranvand faz bela defesa para evitar o primeiro gol do jogo. Pouco se viu depois disso.

Show de lesões
Chamou atenção na partida uma sequência de substituições já na metade final do segundo não tanto por motivos táticos ou desgaste. A cena mais comum foi de jogadores caindo depois de duros choques no momento com mais faltas na partida. Os profissionais responsáveis pela maca no estádio tiveram bastante trabalho e parecia que teriam mais destaque do que qualquer lance. Não fosse o gol contra de Bouhaddouz no fim.

Próximos jogos
Com três pontos na conta, o Irã volta a entrar em campo na quarta-feira, às 15h (horário de Brasília), diante da Espanha, em Kazan. Já Marrocos tenta somar seus primeiros pontos na Copa do Mundo contra Portugal, às 9h de quarta-feira, em Moscou.

FICHA TÉCNICA
MARROCOS 0 X 1 IRÃ
Local:
Arena Zenit, São Petersburgo (Rússia)
Árbitro: Cüneyt Cakir (Turquia)
Auxiliares: Bahattin Duran e Tarik Ongun (ambos da Turquia)
Cartões amarelos: El Ahmadi (MAR), Shojaei e Jahanbakhsh (IRA)
Cartões vermelhos: -
Gols: Bouhaddouz (contra) (49'/2ºT) (0-1)

MARROCOS: El Kajoui; Hakimi, Benatia e Saiss; Boussoufa, Ziyach, El Ahmadi e Harit (Da Costa, aos 37'/2ºT); Noureddine Amrabat (Sofyan Amrabat, aos 31'/2ºT), El Kaab (Bouhaddouz, aos 32'/2ºT) e Belhanda. Técnico: Herve Renard.

IRÃ: Beiranvand; Ramin, Cheshmi e Pouraliganji; Karim, Omid (Hosseini, aos 36'/2ºT), Haji Safi e Shojaei (Taremi, aos 20'/2ºT); Jahanbakhsh (Ghoddos, aos 40'/2ºT), Sardar e Amiri. Técnico: Carlos Queiroz.

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