#NadaNosDetiene: o lema que move o México diante de ‘cenário perfeito’

Capitão do time, Andrés Guardado diz que seleção já mentalizava enfrentar o Brasil nas oitavas de final antes da Copa do Mundo. 'Encarar os pentacampeões é o cenário perfeito'

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#NadaNosDetiene. Em português, "nada nos detém". Esta é a frase que está estampada em quase todos os lugares do grandioso CT do Dínamo, base da seleção do México na Copa do Mundo, em Moscou. Desde a mesa dos jornalistas até grandes banners espalhados pelo lugar, a mensagem é de otimismo para uma seleção que viajou sob desconfiança de torcedores e jornalistas e, após bater a campeã mundial Alemanha, confia em ir longe.

Para dar o tão sonhado passo de chegar às quartas de final da Copa, será preciso vencer o Brasil pela primeira vez na história do torneio. A fase de oitavas é o fantasma dos mexicanos: é o fim da linha para a seleção desde 1994 (seis eliminações). O México não vai às quartas desde 1986, quando jogou em casa e foi eliminado para a Alemanha nos pênaltis após empate em 0 a 0.

- Nunca tínhamos ganhado da Alemanha, e conseguimos. Vamos nos apegar a isso, fazer mais história. Estatística, na hora que começa a partida, não vale para nada - afirmou o experiente meia Andrés Guardado, em sua quarta Copa.

Ao menos no discurso, enfrentar o Brasil é algo que os mexicanos tratam como motivador. É a chance de marcar história de uma geração. Quatro anos após empatar em 0 a 0 com a Seleção Brasileira na Copa de 2014, em Fortaleza, Guardado conta que o grupo já esperava pelo confronto antes do Mundial.

- O que se pode dizer é que: qual motivação maior do que estar à frente da partida de sua vida contra o pentacampeão? É o cenário perfeito. É Brasil, um grande cenário. Estamos convencidos que era o cruzamento que iria acontecer. Era o esperado, o México em segundo do seu grupo e Brasil em primeiro. Já estávamos mentalizados nisso desde antes. É uma grande oportunidade que o futebol nos dá. Quem sabe a gente seja feliz - comentou Guardado.


O México nunca marcou um gol na Seleção em Copas, em quatro confrontos, com três derrotas e um empate. Além do empate do Castelão em 2014, os mexicanos perderam por 4 a 0 em 1950, 5 a 0 em 1954 e 2 a 0 em 1962. Mas os mexicanos se apagam na vitória da Olimpíada de 2012, quando bateram o Brasil na final, em Londres, e ficaram com a medalha de ouro. O discurso da desconfiada imprensa mexicana é de que é possível encarar a Seleção.

- México e Brasil são velhos conhecidos, são quatro jogos em Copas do Mundo, jogamos em Copa das Confederações, Jogos Olímpicos... Um conhece bem o outro. O idioma do futebol é universal, e o México sabe falar o mesmo idioma do Brasil: tocar bem a bola, se posicionar bem, ter variações ofensivas, dribles, jogar com alegria. Vai ser um jogo interessante em que o México poderá mostrar suas armas, sua mentalidade. Osorio vai saber tomar as decisões corretas para jogar com confiança contra o Brasil - analisou o jornalista mexicano Salvador González, diretor do portal "Esto".

Os mexicanos enfatizam muito a questão mental do time dirigido pelo colombiano Juan Carlos Osorio. Há um trabalho para que a seleção não carregue as frustrações do passado para dentro de campo. Entre os jornalistas, já houve até nesta sexta perguntas sobre chances de o México ser campeão. Os jogadores sabem que é o resultado final que marcará a atual geração.

- Não há melhor recordação do que fazer história, chegar às quartas. Não sei como querem que nos lembrem. Por mais que eu saiba que há muito talento nessa seleção, que somos diferentes no aspecto mental, no final vão nos julgar se ganhamos ou não - afirmou o capitão Guardado.

- Todos que estão nas oitavas são candidatos, representando seu país. Todos sofreram como nós. Se a gente começasse perdendo da Alemanha e ganhasse dos outros dois, diriam que era normal perder da Alemanha, que estamos muito atrás das grandes. Mas ganhamos da campeã do mundo, todos sofreram para passar - disse o goleiro reserva Alfredo Talavera.

O México faz seu último treino em sua base em Moscou neste sábado, antes de viajar para a Samara, local da partida contra o Brasil, na segunda-feira.

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