Seleção peruana tem euforia local e ‘brasileiros’ para brilhar na Copa
Peru conta com Paolo Guerrero, Cueva e Trauco em sua equipe e é treinada por Ricardo Gareca, que já comandou o Palmeiras. No Peru, expectativa é alta por boa campanha
A seleção peruana se prepara para disputar uma Copa do Mundo depois de três décadas e meia. A equipe treinada por Ricardo Gareca caiu logo em um grupo com a potência França, além de Dinamarca e Austrália, que podem surpreender na competição. A expectativa dos torcedores locais, no entanto, não está abalada.
- Aqui no Peru todos esperavam a Copa há meses. Os torcedores da seleção estão muito entusiasmados pela volta e a participação da seleção na competição. A expectativa é enorme e a torcida tem muita confiança na equipe. Porém, acredito que o grupo é muito difícil e teremos que fazer boas partidas contra a Dinamarca e a Austrália para se classificar. A disputa, tirando a França, será equilibrada no papel - disse Eli Schemerler, jornalista do "Depor", do Peru.
Com um trabalho consistente nos últimos tempos, os peruanos fizeram por onde para retornar ao cenário mundial. Depois de eliminar o Brasil na Copa América Centenário, chegam na Rússia cotados como a segunda força do Grupo C. A certeza sobre a participação de Paolo Guerrero aumentou ainda mais a expectativa com relação ao desempenho.
JOGADORES "BRASILEIROS" PODEM SE DESTACAR
Dos 23 convocados para o Mundial, seis jogam ou já jogaram em algum clube do Campeonato Brasileiro e três deles continuam no país: Guerrero e Trauco, no Flamengo, e Cueva, no São Paulo. Os três chegam em momentos conturbados em seus clubes.
O camisa 9 do Flamengo conseguiu um efeito suspensivo na condenação por doping junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e está liberado para atuar na Copa. O jogador teve sua pena aumentada para 14 meses – 6 deles já cumpridos -, mas conseguiu junto a sua defesa o aval para estar na Rússia.
- Seria muito melhor se o Guerrero chegasse com mais atividade ao Mundial, mas os amistosos o ajudaram em alguma coisa para ter mais ritmo de jogo. Ainda assim, ele é um grande profissional e um dos que mais jogou pela seleção peruana. Ele não deve ter problemas para fazer uma grande Copa do Mundo - disse Eli Schemerler, jornalista do "Depor", do Peru.
- Dono da camisa 10 do São Paulo, o peruano Cueva deveria ter sido um líder técnico do Tricolor durante o primeiro semestre desta temporada. O que se viu dentro de campo, no entanto, nada corresponde às expectativas geradas no clube do Morumbi. Claramente, o meio-campista não deu seu melhor, se poupou durante os treinamentos e gerou mal-estar no São Paulo ao pedir para ser negociado - afirmou Yago Rudá, setorista do São Paulo no LANCE!.
- Nada disto, contudo, significa que o atleta esteja fora de forma ou em má fase. A conquista da vaga do Peru ao Mundial após um longo hiato em participações na principal competição do futebol gerou um excesso de precaução ao meia do Tricolor. Habilidoso, técnico, veloz e inteligente na tomada de decisões, Cueva pode atuar centralizado no meio de campo, dando passes em profundidade, ou até mesmo aberto pelo lado esquerdo do ataque. Em uma equipe com um finalizador nato, Paolo Guerrero, a função do são-paulino pode ser vital para o sucesso da seleção peruana na Copa - completou.
Já o lateral-esquerdo rubro-negro acabou perdendo a posição após desempenhos muito abaixo da média.
- Titular no ano passado, o lateral jogou apenas cinco partidas nesta temporada e até foi bem, quando exigido. No jogo contra Chapecoense, por exemplo, participou dos dois gols, dando assistência. Porém, iniciou a temporada no banco porque chegou fora de forma, depois das férias. E mesmo após o Carnaval, seguiu aprimorando a parte física. Foi perdendo espaço para a Renê, que agora vive um ótimo momento e dificilmente sairá. Trauco é visto hoje dentro do Flamengo como um jogador com potencial lucrativo, já que clubes da Europa estão de olho nele. A aposta é que ele se destaque na Copa do Mundo e seja negociado. Dificilmente voltará a vestir a camisa rubro-negra, caso chegue qualquer oferta - analisou Guilherme Abrahão, setorista do Flamengo no LANCE!.
GARECA RESSURGE APÓS FRACASSO NO PALMEIRAS
Quando se fala em Ricardo Gareca, logo se lembra da passagem conturbada e curta dele pelo Palmeiras, em 2014. O comandante ganhou quase status de ídolo depois de levar a seleção à Copa do Mundo após 36 anos. Pela equipe brasileira, foram quatro vitórias, um empate e oito derrotas, somando um aproveitamento de apenas 33%.
- Foi complicada a passagem dele pelo Palmeiras, não por polêmica com jogadores, mas por falta de resultados. Ele começou com trabalhos intensos no campo, mas os resultados não vinham. No decorrer da passagem, que durou apenas 13 jogos, os treinos foram perdendo essa intensidade, ele não conseguia encontrar uma equipe e acabou demitido - afirmou Thiago Ferri, setorista do Palmeiras no LANCE!.
Seu estilo de jogo deu certo no Peru. Apostando no setor ofensivo para surpreender, ele pode optar tanto pelo 4-4-2, quanto pelo 4-2-3-1, sistema que costumava utilizar no Palmeiras.
- Ele era promissor, um treinador com ideias ofensivas. Tanto que durante a crise, ele escalava equipes bem ofensivas. Gareca dizia que "joga para ganhar". Não acho uma surpresa ele estar bem no Peru, é um técnico que mostrou boas coisas, mas não deu certo.