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Pool da Copa: ‘Para a Colômbia, o mais difícil é superar a história’

O jornalista Pablo Romero, do jornal El Tiempo, analisa a atual situação da seleção colombiana e vê o passado como um fardo nos ombros dos jogadores

França x Colombia
AFP

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Dizem que a vida dos homens é melhor medida na Copa do Mundo. Isso deixa mais fácil lembrar a passagem do tempo, com seus detalhes. Acontece na vida e acontece no futebol. Por essa razão, olhamos para a equipe da Colômbia inevitavelmente no espelho da última Copa do Mundo, da qual só tivemos boas lembranças: o quinto lugar histórico, um James estelar, um futebol ambicioso, um hino nacional que soou mais alto que o samba; até um gol fantasma de Yepes que os indignados ainda comemoram. Foi um Mundial mágico, aquele que a Colômbia tentou ganhar.

Quatro anos depois, a Colômbia chega à Copa do Mundo com dores na coluna. Ela carrega nas costas o peso daquele quinto lugar que conseguiu no Brasil. E claro que isso pesa. Agora as expectativas são muito altas: o país não espera menos e os rivais esperam que não avancemos. Mas o mais difícil é repetir a história e, pior ainda, superá-la. Esse é o enorme desafio.

A primeira coisa que a Colômbia tem que fazer é libertar-se desse peso. A Seleção Nacional terá um bom campeonato na Rússia se não for cruzada pela Seleção Nacional de 2014, que era quatro anos mais jovem, com todos os seus momentos mágicos. Isto é, se ela não está pensando sobre o que fez e o que teria que fazer agora para ir mais longe. Ela tem que deixar essa pressão no banco, ou melhor, no hotel. Espero que ela nem a tenha levado na bagagem, porque seus rivais a observam com olhos vigilantes, atentos e prevenidos. 

É por isso que seu rival mais difícil no grupo pode não ser o Japão ou o Senegal e nem mesmo a Polônia, mas o passado que o país espera superar. A seleção de hoje, apesar de ter vários jogadores do Mundial, é diferente, e provavelmente está melhor do que há quatro anos. É porque apesar de ter notáveis ​​faltas, tem novos e furiosos guerreiros, e vários de seus ícones estão quatro anos mais velhos. E com James e Falcao juntos na Rússia, a Colômbia vai jogar com mais tranquilidade, e o país terá mais esperança em cada batalha.

A Copa do Mundo no Brasil, que ainda temos tão fresca em nossa memória, que nos permite olhar para o passado (nossa e da Seleção) com alegria, devemos olhar para ela a partir de hoje como um espelho para detectar as novas armas e novas falhas da equipe, que é, supostamente, quatro anos mais madura. Mas você não pode olhar para ele como uma fita. Isso seria colocar a equipe em um beco escuro sem saída.

A partir de terça-feira, quando a equipe nacional desafiar os imprevisíveis japoneses, sua história no Mundial será renovada. Pode ser que essa Colômbia derrote a Colômbia do Brasil na Rússia, com novos feitos: esse é o inevitável desafio de quatro em quatro anos.

* Texto publicado no jornal El Tiempo da Colômbia, parceiro do LANCE! no Pool da Copa

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