Pool da Copa: ‘A exuberância única de Isco e a sobriedade de Busquets’
Enrique Ortego, jornalista do Mundo Deportivo, vê Isco como o melhor espanhol da Copa do Mundo e compara o jogador do Real Madrid ao volante do Barcelona
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La Roja já está de férias. Em sua triste despedida, a seleção deixou um rastro de amargura, escassa autocrítica e muitas pesquisas e balanços sobre os piores, responsáveis e culpados da bagunça. A realidade é que todos a mataram e ela sozinha pereceu.
No campo futebolístico, quando se trata de salvar um jogador de futebol do suspense generalizado, tem havido quase unanimidade em apontar Isco como o mais inspirado e entusiasta. Pelo menos foi ele quem mais apareceu para evitar o que parecia inevitável. Em segundo, Costa é salvo por seus três gols, Iniesta porque quando ele estava no campo, sempre manteve um curso e Aspas porque quando ele entrou em cena, trouxe a emoção que a equipe não tinha. Pouco mais. Detalhes.
Surpreende-me que muito poucos pararam na hora da análise individual na figura do Busquets. Do austero e sóbrio que tem sido durante a Copa do Mundo, pode-se dizer que ele veio "revalorizado". Ficou claro que a sua importância no jogo de criação da Seleção Nacional é tal que, quando não atinge sua velocidade de cruzeiro, a equipe sofre da maneira como vimos nesses quatro jogos. Com Busi no modo Busi, a velocidade da bola teria sido diferente e com essa velocidade alguma parede defensiva teria caído.
Quanto a Isco, suponho que ele seja um "jogador" no sentido mais amplo da palavra. Um 'jogador' como Cruyff disse, mas também um jogador mais bonito que bom, o que diria Luis Aragonés, em certos momentos. Ninguém pode negar que ele teve a personalidade para dar um passo à frente e encarar a responsabilidade de liderar o jogo quando viu que a equipe não trabalhava e que ele, à sua própria maneira, com seu estilo, poderia resolver a partida.
Compromisso digno de louvor. Foi repetido em todos os jogos da Copa do Mundo. O único problema é que, às vezes, sua maneira de interpretar o jogo não é o que o grupo precisa nesses momentos. Uma pausa e uma tentativa de ação mais perpendicular poderiam prosseguir. Ou procure o drible, um contra um, em profundidade. Ou uma parede imediata.
Neste campeonato, temos visto Isco mais intervencionista em áreas do campo onde ele faz menos danos, uma situação que ocorreu no Real Madrid e que Zidane não gostou, mas que quase nunca aconteceu com Lopetegui na equipe nacional. Julen queria Isco. Quase nunca jogou como volante, mas na frente. Lá, ele se mudou para onde queria, que ele tinha a bola tanto quanto ele queria.
O Isco é ótimo no último terço do campo, próximo ou dentro da área adversária. Fica pior quando procura meio-campistas e se coloca a uma distância eqüidistante entre a área deles e o oposto. Dito isto. O melhor espanhol do Campeonato do Mundo e uma aposta segura para o futuro. Como o Busi.
* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.
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