Pool da Copa: ‘Pura adrenalina! Colômbia passou pela montanha-russa e está nas oitavas’
O jornalista Gabriel Meluk, do jornal 'El Tiempo' conta como foi o sofrimento da Colômbia para conseguir a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo
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Foi emocionante, com altos e baixos, vertigens e adrenalina... A classificação da Colômbia para as oitavas de final da Copa do Mundo foi uma volta por uma montanha-russa, em que as pernas terminaram tremendo.
Da eliminação e a incerteza do 0 a 0 no primeiro tempo, sem James Rodríguez - substituído aos 30 devido a uma lesão - Colômbia ganhou por 1 a 0, com uma martelada de Yerry Mina, o surpreendente artilheiro da equipe na Copa. Uma vitória de ranger os dentes até a parte final, diante de toda a correria dos senegaleses desesperados y parados com todas as forças das mãos salvadoras do goleiro Ospina.
Ufa! Aos trancos e barrancos, a Colômbia terminou como líder do grupo H e carimbou o passaporte para as oitavas de final, na próxima terça, em Moscou, contra o segundo lugar do grupo G (Inglaterra ou Bélgica).
A partida começou devagar e depois acelerou para a Colômbia, como uma montanha-russa. Muito atrás e passando por problemas na direita, pois Cuadrado e Arias não podiam segurar Sabaly, Baldé e Mané. A equipe estava nervosa pelo drama que se vivia na esquerda, do outro lado do campo do Estádio de Samara. James Rodríguez pisava mal. Até parecia que mancava.
Na área de aquecimento teve um detalhe: Luis Fernando Muriel e José Heriberto Izquierdo abandonaram o "bobinho" e intensificaram as atividades. Muriel entrou no lugar de James aos 30 minutos de jogo. E quando James manca, a equipe manca e a Colômbia manca. Por isso o jogo foi exagerado em três pontos: paciência, pausa e precaução.
Senegal ainda teve um pênalti marcado pelo árbitro, Milorad Mazic. aos 16 minutos, mas o árbitro de vídeo, o novo "Big Brother" do futebol reverteu a decisão. Dávinson Sánchez tocou primeiro na bola e logo em seguida tocou em Mané, que tropeçou.
Uma partida complicadíssima, em que a Colômbia só chutou a gol em uma falta de Quintero e sofreu com a saída de bola e saindo da Copa do Mundo, pois além do próprio 0 a 0, o 0 a 0 em Volvogrado entre Japão e Polônia completava uma eliminação que chegava muito rápido. O melhor foi o final do primeiro tempo.
Então, José Peckerman e seus garotos entenderam que tinham que arriscar tudo para não ficarem sem nada e a equipe foi jogar no território senegalês no segundo tempo, deixando muitos espaços paras as subidas em velocidade de Mané, Niang, Sarr ou Sabaly. Nesse contexto de precipitação, a partida era segurada por Dávinson Sánchez e Mina, os dois zagueiros.
Assumindo o risco maior da eliminação e sem claridade ofensiva, Jan Bednarek anotou um verdadeiro gol de outra partida. A 820 km daqui, em uma cidade que se chega em 13h de carro, o polonês vencia os japoneses e classificava a Colômbia. Gol da Polombia! Gol da Polombia! A sempre afiada rede social explodiu, como fizeram os 30 mil colombianos que, com seus gritos nas arquibancadas do estádio, informaram aos jogadores e ao banco, que assim, empatar era ganhar.
E a partir desse momento, com James olhando do banco, Colômbia apertou o passo: cruzamento de Muriel saiu, imediatamente seguido de uma cabeçada de Falcao. Quintero foi para o meio, entre o goleiro e um defensor que jogaram para mais um escanteio. Enquanto isso, Lewandowski, o "polombiano" errava nas televisões da tribuna de imprensa em fazer o segundo gol sobre o Japão.
Um minuto depois, aos 29, Yerry Mina subiu na defesa senegalesa e acertou uma cabeçada, no escanteio cobrado por Quintero. Golaço. Colômbia soltava as mãos dos poloneses para avançar para as oitavas.
Logo vieram os 20 piores minutos da partida, os últimos, com os acréscimos deste passeio na montanha-russa. Senegal colocou a Colômbia no tobogã da vertigem. Ospina apertou as suas mãos e com elas a equipe se segurou, enquanto o estômago (só o estômago, nada mais, para deixar claro) subia pela garganta e Peckerman mudava o time para aguentar e ganhar tempo. Lerma por Uribe e Borja por Falcao.
O trem da vertigem e da adrenalina parou 20 segundos depois do fim da partida da Polônia, que derrotou o Japão por 1 a 0. Colômbia chegou às oitavas do Mundial russo com avatares misteriosos e vibrações emocionantes de uma verdadeira montanha-russa. Não poderia ser de outra maneira.
* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.
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