Pool da Copa: ‘As razões para sonhar com um triunfo celeste’
Defesa, experiência e motivação extra permitem o sonho uruguaio na visão do diário 'El Observador'. Porém, do outro lado estará Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo
O grande momento de Diego Godin, o poder na posse de bola e a dupla mortal de seu ataque são os três pilares que o Uruguai se agarrava neste sábado para enfrentar Portugal em Sochi na luta por um lugar nas quartas de final da Copa do Mundo.
Mas há mais: o nível de futebol exibido ante a Rússia e a auto-estima que vem à luz nesses momentos cruciais são outros fatores que jogam a favor. Também eles têm levantado a sua eficiência contra times europeus no processo de Tabárez, a nova costura deu consistência meio-campo de Lucas Torreira, e até mesmo o Uruguai ofensivo tem números positivos neste ciclo de Oscar Tabárez.
Não significa que é favorito. Longe disso: do outro lado estará o campeão europeu e ninguém menos que Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo hoje.
Sim, isso significa que certamente uma partida apertada, suada, ao melhor estilo de o Uruguai gosta de jogar.
A grande força do Uruguai passa por uma sólida defesa sustentada em um goleiro que é pura segurança. Será necessário ver, sim, como Fernando Muslera se adapta à nova bola Telstar Metcha que substitui o Telstar 18 nas oitavas.
O desempenho de Diego Godín foi enorme e nos três primeiros jogos foi bem apoiado por José María Giménez e Sebastián Coates. O primeiro deles se recuperou de uma lesão muscular que o deixou fora contra a Rússia e retornou à propriedade. Com Godín eles têm um grande número de jogos, marcando Cristiano Ronaldo nos clássicos entre Atlético de Madrid-Real Madrid.
Um selo da era Tabarez é como forte o Uruguai é nas bolas paradas. De fato, na Rússia 2018, os cinco gols marcados por ele foram feitos, incluindo o de Denis Cheryshev contra a Rússia, que veio de um escanteio e um rebote que Diego Ñaxalt aproveitou de fora da área.
Luis Suarez e Edinson Cavani chegam em alta após marcantes temporadas pessoais, especialmente Cavani, e ambos com gols na fase de grupos. Contra a Rússia o Uruguai encontrou a equipe a partir da entrada de Lucas Torreira no meio do campo e a relocação de Rodrigo Bentancur mais avançado. Neste mesmo jogo, diante de um maior nível de demanda, o Uruguai respondeu com autoridade de futebol para marcar.
Antes da Copa do Brasil de 2014 jogo com um rival europeu era um martírio para o Uruguai, que depois de vencer a União Soviética nas quartas de final do México, em 1970, acumulou 12 jogos sem uma vitória contra os rivais da Europa. Um registro que passou despercebido na Rússia foi que o 3 a 0 para o Uruguai igualou sua melhor sequência de vitórias diante dos europeus, com três vitórias consecutivas adicionados a 2 a 1 diante da Inglaterra e 1 a 0 contra a Itália em 2014. O Brasil tinha este feito no Mundial de Suíça 1954, quando superou no grupo a Tchecoslováquia, a Escócia e em quartas de final a Inglaterra.
Há muito que convida a sonhar, mas também há boas razões para não confiar. Cristiano Ronaldo é um motivo em si, também o coletivo de Portugal, atual campeão da Europa. Além disso, nos últimos três playoffs jogados Uruguai foi eliminado: contra o Brasil na semifinal da Copa das Confederações de 2013, a Colômbia nas oitavas do Brasil 2014 e o Chile nas quartas de final da Copa América 2015. Assim e tudoi isso faz deste sábado um dia para sonhar grande.
* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.
