O Uruguai enfrentará a Arábia Saudita, pela segunda rodada da Copa do Mundo, às 12h desta quarta-feira, em Rostov. Depois de uma vitória sofrida contra o Egito, com gol de Giménez aos 45 minutos do segundo tempo, a Celeste irá enfrentar uma seleção mais frágil, com a pior defesa do Mundial. Caso queira vencer com mais tranquilidade, precisa voltar o olhar para a estreia contra o Egito e aprender com os erros. Confira cinco pontos centrais:
O meio de campo precisa funcionar
Na partida de estreia, o meio uruguaio sofreu com a marcação adiantada do Egito. Composto por estreantes em Copa do Mundo (Bentancur, Vecino, Nández e De Arrascaeta), faltou experiência para achar alternativas. O técnico Tabárez, no segundo tempo, centralizou Arrascaeta, que havia começado a partida jogando pela ponta esquerda, com o intuito de melhorar a ligação do meio com os atacantes Luis Suárez e Cavani. Não deu certo. O meia cruzeirense é um dos mais habilidosos da equipe, mas pareceu sentir a estreia na competição.
Arrascaeta saiu de campo sem dar nenhum chute para gol ou assistência, além de perder três bolas. Com uma estreia ruim, ele deve dar lugar a Cristian Rodríguez contra a Arábia. Sánchez e Torreira, que entraram no segundo tempo contra o Egito, também são opções, mas não acrescentaram muito. Com isso, a ofensiva uruguaia depende muito de seu meio de campo, que precisa aprender, dentro de campo, a achar novas alternativas de acordo com o estilo do adversário.
As laterais precisam apoiar mais
Com a deficiência exposta pelo meio, a criação ofensiva ficou limitada a ligações diretas e ao apoio dos laterais, que se dividiam entre defesa e ataque. Contra o Egito, o lateral-direito Varela e o esquerdo Cáceres foram bem na partida, ao perceberem que o meio estava sobrecarregado. Varela foi um dos melhores em campo contra o Egito e precisa ser mais acionado em momentos de dificuldade. Dos nove duelos que travou contra os egípcios, o uruguaio acertou seis, além de efetuar três desarmes e acertar 96% dos 53 passes que deu na partida.
Acertar o pé
Suárez é um dos melhores atacantes do mundo, indiscutivelmente. Sua estreia, porém, foi marcada por grandes chances desperdiçadas. Foram três oportunidades, sendo uma dentro da pequena área, que o uruguaio não aproveitou. O atacante, na saída de campo, assumiu os erros.
- Sou muito autocrítico, sempre me cobro. Sei o que sou como jogador, e obviamente não estive à altura. Sempre quero fazer gols e ajudar a equipe - disse Suárez.
Em comparação com seu companheiro de ataque, Suárez saiu perdendo. Cavani deu cinco chutes a gol, acertando três na meta egípcia, enquanto que Suárez deu quatro chutes - um acertou o gol, dois foram para fora e o outro foi bloqueado. O Uruguai depende de seus dois atacantes. Dos 15 chutes na estreia, nove foram da dupla. Contra a Arábia Saudita, que tem a pior defesa do grupo até o momento (cinco gols sofridos), Luisito vai ter chance de se redimir.
Propor o jogo
Uma das dificuldades do Uruguai contra o Egito foi a equivalência de estilo de jogo entre as duas equipes. As duas seleções preferem responder do que propor o jogo. O Egito, menos técnico, obrigou o Uruguai a propor o jogo e a Celeste demostrou dificuldades para tal. A Arábia Saudita precisa do resultado, mas não vai se arriscar tanto no ataque. O Uruguai pode optar por jogar no contra-ataque, mas com a atuação ruim do meio e do ataque contra o Egito, propor o jogo contra a seleção mais frágil do grupo, aparenta ser uma opção mais interessante do que jogar no contra-ataque, além de ser uma boa chance de aumentar a confiança de seus jogadores.
Testar novas peças
Contra o Egito, Cristian Rodríguez, Sánches e Torreira foram os escolhidos por Tabárez para propor algo novo. Contra a Arábia Saudita, caso o Uruguai consiga abrir uma boa vantagem, pode ser a oportunidade do Maestro de testar novos jogadores. Como é o caso do meia Diego Laxalt (Genoa) e Maximiliano Gómez (Celta de Vigo), que são opções de jogadores mais jovens que podem ser boas alternativas para refrescar a parte ofensiva.