Com as duas seleções já eliminadas, a batalha era por uma posição honrosa no grupo e uma vitória que seria histórica para ambas. Melhor para a Arábia Saudita, que no último lance, de virada, bateu o Egito por 2 a 1, em Volgogrado, nesta segunda-feira, em suas despedidas da Copa do Mundo. Foi a primeira vitória saudita na competição após 24 anos.
Além disso, o jogo ficou marcado por um recorde histórico, já que El-Hadary, goleiro da seleção egípcia, se tornou, aos 45 anos, o jogador mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo. E ele não passou despercebido: defendeu um pênalti e salvou sua equipe mais duas vezes.
Muita correria e pouca inspiração
Para um jogo entre dois eliminados, não faltou disposição desde o início, no entanto, se sobrou transpiração, faltou inspiração. Apesar de ambos colocarem velocidade nas jogadas, não conseguiam criar boas chances. O Egito, que tentava procurar Salah em campo, não encontrava o alvo, que pouco participava da partida.
Quem é craque, sempre aparece
Demorou, mas Salah deu o ar de sua graça e não decepcionou. O atacante do Liverpool recebeu lançamento de Abdalla e mesmo marcado por dois zagueiros, dominou a bola, teve tempo de olhar o goleiro adiantado e tocou por cobertura: um golaço do egípcio, que logo em seguida teve chance parecida, em posição de impedimento, e desperdiçou.
Goleiro recordista faz mais história
Quando a partida caminhava para um ritmo mais morno, o egípcio Fathi colocou a mão na bola dentro da área e foi marcado pênalti para a Arábia Saudita. Na cobrança, Fahad bateu com força e El-Hadary, o jogador mais velho a atuar em uma Copa do Mundo, fez uma grande defesa. A bola ainda bateu no travessão, mas a história já havia sido escrita.
Arbitragem contraditória e VAR
Pouco depois da primeira penalidade, o árbitro Wilmar Roldán viu falta dentro da área de Ali Gabr, do Egito, em Fahad, da Arábia Saudita. Os ábtiros do VAR, porém, pareciam discordar, já que ambos se puxaram no lance. Após Roldán revisar o vídeo, confirmou a penalidade e dessa vez Salman marcou o gol de empate dos sauditas.
Novo ânimo? Que nada, ímpeto diminui
No início do segundo tempo, parecia que ambos os times partiriam para tentar uma vitória na despedida da Copa, no entanto isso durou muito pouco, mas sobrou falta de pontaria e lances improdutivos. O Egito só crescia quando a bola passava pelos pés de Salah, a Arábia com muita correria e pouca coordenação.
El-Hadary não quis passar despercebido
Não bastou para El-Hadary bater o recorde de jogador mais velho da história das Copas, nem fazer uma grande defesa em cobrança de pênalti. O goleiro egípcio não estava disposto a apenas cumprir tabela e tratou salvar seu time mais duas vezes em duas boas finalizações sauditas. Na Copa do Mundo, até mesmo as partidas de "fundo" são fantásticas.
Castigo no fim mostra: só Salah não salva, mas Salem sim
O jogo do Egito é bem claro: jogar a bola para Salah para ver o que acontece, seria a chamada 'bola de segurança', mas fica bem difícil brigar sozinho e contar com companheiros de nível tão baixo. Com toda essa limitação, só poderia vir um castigo no fim, e foi pelos pés de Salem, que no último lance da partida acertou chute no cantinho e deu uma vitória histórica para a Arábia Saudita.
Situação na tabela
Já eliminados, Arábia Saudita e Egito brigavam por uma simbólica terceira colocação, que ficou com os sauditas por conta do saldo de gols, além de uma vitória em Copa do Mundo, que os sauditas não conquistavam havia 24 anos e os africanos nunca tiveram. Neste Grupo A, o Uruguai se classificou em primeiro e a Rússia, anfitriã, passa na segunda posição.
FICHA TÉCNICA
ARÁBIA SAUDITA 2 X 1 EGITO
Local: Volgrogad Arena, Volgogrado (RUS)
Data-Hora: 25/6/2018 - 11h
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Auxiliares: Alexander Guzman (COL) e Cristian De La Cruz (COL)
Público: Não disponível
Cartões amarelos: Fathi e Ali Gabr (EGI)
Cartões vermelhos: -
Gols: Salah (21'/1ºT) (0-1), Salman Al-Faraj (50'/1ºT) (1-1), Salem Al-Dawsari (48'/2ºT) (2-1)
ARÁBIA SAUDITA: Al-Mosailem; Al-Burayk, Osama Hawsawi, Motaz Hawsawi e Al-Shahrani; Otayf, Salman Al-Faraj e Hussain Al-Moghawi; Hattan Bahbir (Muhannad Asiri, aos 19'/2ºT), Salem Al-Dawsari e Fahad Al-Muwallad (Al-Shehri, aos 34'/2ºT). Técnico: Juan Antonio Pizzi.
EGITO: El-Hadary; Fathi, Ali Gabr, Hegazy e Abdel-Shafi; Elneny e Tarek Hamed; Salah, Abdalla (Warda, aos 52'/1ºT) e Trezeguet (Kahraba, aos 35'/2ºT); Mohsen (Ramadan, aos 19'/2ºT). Técnico: Héctor Cúper.