Sampaoli defende Messi e diz que é ‘muito cômodo’ culpá-lo
Técnico da seleção argentina diz que não é justo que o craque seja responsabilizado toda vez que a equipe não vence. Jogo desta quinta, contra a Croácia, é decisivo
O cenário que a seleção argentina encontrará em Nizhni Novgorod, às 15h desta quinta-feira, contra a Croácia, não chega a ser inédito: a vitória é praticamente imprescindível e todas as fichas estão depositadas em Lionel Messi. Mas o técnico Jorge Sampaoli fez um alerta durante a entrevista coletiva que concedeu nesta quarta, já na cidade do jogo:
- Ele não pode ser responsabilizado por um fracasso.
A vida de Messi na seleção argentina é uma grande gangorra. O camisa 10 foi tratado como herói ao marcar todos os gols da vitória por 3 a 1 sobre o Equador, fora de casa, garantindo a classificação argentina à Copa do Mundo na última rodada das Eliminatórias. Na estreia em solo russo, porém, perdeu um pênalti e acabou virando alvo de críticas após o empate por 1 a 1 com a Islândia, mesmo que tenha sido praticamente a única alternativa viável da equipe, arriscando mais de dez finalizações.
- Quando Leo faz um gol pela Argentina comemoramos todos, nos sentimos parte desse gol. Mas quando a Argentina não ganha joga-se a responsabilidade sobre ele. Me parece muito cômodo por parte dos argentinos pensar que só um jogador pode te gerar diferentes estados de ânimo. É um dos melhores do mundo, isso nos dá um plus, mas é impossível que um só jogador possa mudar a realidade de uma partida - disse Sampaoli.
O treinador deixou claro que espera mais colaboração dos companheiros com o craque do time, que terá diversas mudanças em relação à estreia.
- Contra a Islândia havia muitos jogadores marcando Leo, cercando, impedindo que ele resolvesse. Espero que amanhã, mesmo com pouco tempo de preparação, tenhamos variações para que ele nos ajude com a qualidade que tem ou que o resto aproveite os espaços se o rival decidir marcá-lo com mais atenção.
No fim da coletiva, Sampaoli foi questionado sobre a necessidade de Messi ganhar uma Copa do Mundo com a seleção para se equiparar de vez a Diego Maradona, campeão em 1986.
- São gerações muito diferentes, os contextos podem ser avaliados de diferentes formas. Acho que a Argentina perdeu só quatro ou cinco das 74 ou 75 partidas que Leo jogou. Ele é uma referência, como Diego foi em seu momento. Cada argentino tem a 10 do Messi, como cada argentino teve a 10 do Maradona. Isso tem um valor.
A Argentina somou um ponto na primeira rodada e divide a segunda colocação do Grupo D com a Islândia. A Croácia, que bateu a Nigéria por 2 a 0 na estreia, lidera com três pontos.