Com apenas dois títulos de Copa do Mundo na bagagem, a camisa da seleção do Uruguai carrega uma peculiaridade: as quatro estrelas no escudo. As polêmicas entre a FIFA e a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) se dão por causa de tentativa de entendimento de contextos históricos diferentes.
A seleção celeste venceu as Copas de 1930, na primeira edição do torneio sediada no próprio país, inclusive, e de 1950, na histórica vitória sobre a Seleção Brasileira no Maracanã, no episódio conhecido como “Maracanaço”, quando o maior estádio do Brasil ficou em silêncio após a derrota na grande decisão.
Antes disso, o Uruguai também foi medalha de ouro nas Olimpíadas de 1924 e 1928. A associação de futebol do país acredita que estes torneios também deveriam ser considerados títulos mundiais, pois foram disputados com as grandes potências do esporte na época e a Copa do Mundo não tinha sido criada.
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O problema é que, em 2021, a FIFA entrou com um pedido para que a PUMA, empresa patrocinadora dos uniformes da seleção celeste, retirasse as duas estrelas dos Jogos Olímpicos. Contudo, a Associação Uruguaia de Futebol recebeu o respaldo de historiadores para rebater a ordem da entidade e nada mais foi feito em relação ao assunto.
Em entrevista à agência EFE na época, o vice-presidente da AUF, Gastón Tealdi, reforçou que as estrelas deveriam ser reconhecidas por se tratar de torneios mundiais que precederam a realização da Copa do Mundo de 1930 em diante.
- A Fifa sempre reconheceu, inclusive publicamente, que o Uruguai tem quatro mundiais porque 1924 e 1928 foram organizados pela Fifa (junto ao COI, o Comitê Olímpico Internacional), e 1930 é quando decidem fazer os campeonatos de maneira independente - disse Gastón.
Com quatro estrelas na camisa, o Uruguai entrará em campo na Copa do Mundo do Qatar na próxima quinta-feira, às 10h (de Brasília), contra a Coreia do Sul, pela primeira rodada do Grupo H. Completam a chave Portugal e Gana.