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Delator diz que Arena Corinthians foi de Volkswagen a Lamborghini

Em delação tornada pública pelo STF, na Operação Lava Jato, Alexandrinho Alencar afirma que ideia inicial era um estádio "com 15 mil pessoas de pé", mas modelo mudou

Seleção enfrenta o Paraguai na terça-feira em Itaquera
imagem camera<br>Bruno Cassucci
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Lance!
São Paulo (SP)&nbsp;
Dia 12/04/2017
23:32
Atualizado em 13/04/2017
00:31

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Em sua delação ao Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Odebrecht Alexandrinho Alencar declarou que o projeto inicial do estádio do Corinthians contemplava 30 mil lugares, com 15 mil deles para torcedores em pé, com custo de R$ 300 milhões, mas o status da obra mudou por conta da Copa do Mundo. O ex-executivo usou uma metáfora do mercado automobilístico para descrever a situação: 

"Bom, já que vamos fazer um estádio para o Corinthians, vamos fazer um estádio para a Copa do Mundo. Aí o negócio evoluiu para a abertura da Copa do Mundo. Então, é um novo modelo. Você sai de casa para comprar um Volkswagen e você chega em casa com um Lamborghini. Aconteceu exatamente isso aí", afirmou Alexandrino. O vídeo com a delação foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal e publicado pela Folha de S.Paulo. 

Alexandrino diz na conversa que é amigo de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians à época, e que inicialmente pensou-se em uma obra de modernização do Pacaembu, "com estacionamento embaixo e teto retrátil", mas que o negócio acabou não vingando. Ele também cita as negociações para financiamento da Arena Corinthians, entre eles a comercialização de CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) emitidos pela prefeitura de São Paulo para captar recursos com empresas. A dificuldade em vender os créditos teria levado o então presidente da República Lula a falar com o prefeito Fernando Haddad, também do PT, para tentar viabilizar o negócio. 

"A CID é um certificado de incentivo feito pelo prefeito Kassab, e quando o prefeito Haddad entrou havia algumas dificuldades, até com o Ministério Público municipal (o MP questionava a legalidade do recurso). Aí, o que era um ovo de colombo ficou uma coisa frouxa . Até hoje acho que só 10% das CIDs foram comercializadas. Fizemos gestões com o presidente (Lula) pra ver se a gente conseguia achar uma solução junto com o prefeito Haddad, pra solucionar isso aí porque é um recurso extremamente importante. Ele conversou com o prefeito, mas não teve sucesso".

Alexandrinho Alencar é um dos 76 executivos e ex-executivos da construtora Odebrecht que participaram de acordo de delação premiada. Na última terça-feira, foram divulgados os nomes de 24 senadores, 39 deputados federais e oito ministros do Governo do presidente Michel Temer que serão alvos de inquérito no STF, após o ministro Edson Fachin acatar pedido da Procuradoria-Geral da República baseados nessas delações.  

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