ANÁLISE: O medo de perder tirou a vontade do Corinthians em ganhar do São Paulo

Timão entrou em campo com a estratégia de se defender, mas não soube executar e nem encontrar um 'plano B' antes das coisas darem errado

imagem cameraCorinthians não consegue repetir o feito do ano passado, quando chegou à final da Copa do Brasil (Fotos: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)
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Lance!
São Paulo
Dia 17/08/2023
11:19
Atualizado em 17/08/2023
13:50
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Na sua análise pós-jogo, Vanderlei Luxemburgo evitou apontar os erros do Corinthians na derrota para o São Paulo na noite desta quarta-feira (16), que custou a classificação corintiana à final da Copa do Brasil. Ao contrário, o treinador do Timão preferiu atribuir os méritos ao Tricolor, que os tem completamente. Porém, se escorar...

Diferentemente do que pensa e até mesmo externou Luxemburgo na entrevista coletiva após a eliminação, não existe busca por um culpado pelo resultado adverso, mas sim justificativas que expliquem as falhas para que, identificadas, possam ser corrigidas e não repetidas. Seu adversário pode até ter sido melhor, mas o que fez sua equipe ser pior é algo que precisa ser respondido.

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Contra o São Paulo, o Corinthians de Luxa viu sua estratégia ruir em 30 minutos. E aí não foi pelo demérito do jogo defensivo, mas por não saber executar esse estilo de estratégia. Depois, por não ter planos alternativos quando viu que não iria dar certo. Vanderlei, que sempre disse que o medo de perder tira a vantagem de ganhar, viu isso acontecer diante de seus próprios olhos com uma equipe que dirige.

Com a vantagem do empate debaixo do braço e diante de mais de 60 mil torcedores adversários, era natural que o Timão fosse pressionado e tivesse que jogar mais retrancado. Mas 45 minutos é muito tempo para que uma equipe fique somente esperando a outra em seu campo, como revelou o treinador da equipe alvinegra na entrevista coletiva após o jogo. E partir para a transição rápida não pode depender apenas do erro do rival. Em nenhum momento, o clube do Parque São Jorge forçou alguma jogada de velocidade com a única válvula de escape que tinha para isso, que era Adson, ou tentou construir algo no meio-campo, que estava preenchido no Majestoso.

Mas mesmo estando totalmente seguro em sua estratégia de se retrancar por, pelo menos, um tempo inteiro, um time que se propõe a fazer esse tipo de jogo não pode ser tão frouxo, perder tantas disputas e dar tantos espaços aos adversários. Principalmente quando se sabe que eles têm um jogador fora da curva, recém-chegado e louco para fazer a diferença, como Lucas Moura fez.

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Lucas foi o craque do jogo entre São Paulo e Corinthians na Copa do Brasil (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

E quando o calo começou a apertar, o Corinthians novamente criou chances na base da individualidade e não da construção, como, por exemplo, no segundo gol são-paulino. Jogadas individuais de Wesley, chute de longa distância de Rojas, bolas paradas. E no único momento que podemos dizer que o Timão construiu, é importante que sejam colocadas algumas aspas. Porque a tabela entre Fagner e Renato Augusto pelo lado direito pode até ter sido envolvente, antes do cruzamento para trás e finalização para fora de Giuliano. Mas o lance se inicia em uma cobrança de arremesso lateral.

A sensação ao analisar o Timão após o jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil é de terra arrasada. Mas todos sabemos que essa não é a realidade. A equipe vinha em evolução não só em resultados, com 11 jogos sem perder, mas também em desempenho e repertório. Mas não conseguiu aplicar isso na partida mais importante da temporada.

Assim como tem os seus méritos, Luxemburgo não pode tapar os seus deméritos com uma peneira. No alto de sua experiência, ele precisa admitir, corrigir e seguir. Porque a temporada apresenta muitas outras coisas ao clube alvinegro, que tem cada vez mais se distanciado da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, que, equilibrado como é, pode apresentar melhores situações para o time. E também tem pela frente uma Copa Sul-Americana, onde cinco jogos separam o Time do Povo do título inédito.

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