ANÁLISE: Nenhuma altitude justifica atitude sem coragem do Corinthians na estreia da Libertadores
Especialmente no segundo tempo, Timão deixou a desejar na derrota para o Always Ready
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Dias antes da estreia do Corinthians na Libertadores, muito sobre os mais de 3.600 metros de altitude do estádio Hernando Siles, em La Paz, onde o Always Ready manda os seus jogos no torneio. Porém, nem mesmo essa temida condição adversa pode servir de desculpa para justificar a derrota do Timão para os bolivianos, especialmente a atuação no segundo tempo.
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O técnico Vítor Pereira apostou em uma escalação com jogadores experientes, promovendo as entradas de Fábio Santos e Jô, e seguindo com Paulinho no meio-campo. A média de idade da equipe titular foi de exatamente 30 anos.
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Mesmo com diversos jogadores "cascudos" e com experiência na competição, o Alvinegro ainda sentiu a falta de um de seus líderes: Fagner, que estava lesionado. João Pedro, o reserva imediato do camisa 23, recebeu voto de confiança de Vitor Pereira, mas acabou sendo vilão da equipe, cometendo pênalti infantil aos cinco minutos da primeira etapa.
Em desvantagem logo cedo, o Timão teve que mudar sua estratégia, acelerando mais o jogo e dando espaço para o Always explorar os contra-ataques. A equipe boliviana não defendia bem a sua área, mas o Corinthians não conseguia ameaçar o goleiro Arnaldo Gimenez.
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Isso ocorria devido a um problema crônico que Vítor Pereira ainda não conseguiu arrumar: a falta de criatividade no meio-campo. Na partida em La Paz, ele escalou Du Queiroz mais recuado, enquanto Renato Augusto e Paulinho com liberdade para infiltrar na área.
Dos três foi Paulinho, quem ficou devendo foi Paulinho. Mais uma vez, o meia foi um dos que menos tocou na bola. A sensação é que o camisa 15 está "sem função" no esquema tático do português. Ele está sempre na área, dividindo espaço com o centroavante, e não ajuda na criação.
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Na tentativa de corrigir os problemas e dar gás novo ao time, o técnico português colocou Maycon, que fez sua reestreia com a camisa alvinegra, e Róger Guedes. Mas não deu tempo nem dos atletas tocarem na bola, pois com 30 segundos, o Always Ready já ampliou o placar.
Não é a primeira vez na temporada, ainda mais com o treinador lusitano, que o Timão toma um gol nos primeiros instantes de um tempo. Essa falta de atenção foi ficando nítida no segundo tempo, quando a equipe parecia não sentir o peso da Libertadores e não pulsava como esse tipo de competição exige.
A passividade e falta de criatividade do time do Parque São Jorge na etapa final se traduziu nos números. O clube brasileiro deu apenas um chute ao gol nos 45 minutos finais do jogo, mesmo com 61% de posse de bola no período, de acordo o site de estatísticas Footstats.
Com o revés em La Paz, a partida da próxima quarta-feira (13), às 21h, diante do Deportivo Cali-COL na Neo Química Arena, ganha contornos dramáticos para o Corinthians, já que os colombianos venceram o Boca juniors e lideram o Grupo E com três pontos, ao lado do Always Ready.
Um resultado que não seja de vitória em Itaquera poderá complicar seriamente as chances do Timão de avançar ao mata-mata da Libertadores.
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