São seis gols marcados em seis clássicos disputados na temporada, ao todo dez gols em 31 partidas (contando a pré-temporada), um título paulista conquistado e a condição de principal artilheiro do Corinthians em 2017 mantida após 30 jogos oficiais. O ano do atacante Jô é especial, mas ainda não satisfaz o camisa 7 corintiano, contratado ainda ano passado e alvo de forte contestação por parte da torcida. Para se motivar, o "rei dos clássicos" se vê com mais responsabilidades e decidiu criar algumas metas individuais.
- Tenho que continuar fazendo gols, não posso deixar de marcar. Falo que já tenho responsabilidade jogando no Corinthians, agora crio mais por marcar gols nos clássicos. Mas é natural. Trabalho com humildade, tranquilidade e as coisas estão acontecendo, inclusive em clássicos. É continuar fazendo o que eu tenho feito - diz o camisa 7, autor de um dos gols da vitória de sábado, por 2 a 0, contra o Santos.
Entre as metas criadas por Jô para a sequência da temporada estão as seguintes: manter a fama de goleador em clássicos, alcançar o título do Brasileirão (ou no mínimo uma vaga na Libertadores de 2018), tentar a artilharia de uma competição, algo que ainda não aconteceu com a camisa do Corinthians, e até Seleção Brasileira. Reserva de Fred na Copa do Mundo de 2014, Jô vê este último objetivo como "próximo".
- Eu e muitos aqui no Corinthians temos esse sonho de vestir pela primeira vez ou voltar a vestir a camisa da Seleção. Sinto que está próximo, é continuar esperando e trabalhando - diz o camisa 7 corintiano, surpreso com o sucesso repentino na volta ao clube em que foi formado.
- Tem que ser sincero, talvez eu não esperasse que fosse tão rápido, na minha cabeça demoraria quatro ou cinco meses para eu estar no nível que estou. Mas são os planos de Deus. Eu procuro fazer meu trabalho, entrego a vida na mão de Deus e as coisas estão acontecendo. É só agradecer, continuar trabalhando. Os números são ótimos, mas se eu me acomodar tudo pode cair. Eu quero mais títulos esse ano. Atacante também sonha com artilharia, eu nunca fui artilheiro de Brasileiro, nem cheguei perto, mas colocamos para auto-confiança, auto-estima. Penso em vaga na Libertadores, título e depois vêm as metas individuais, como artilharias.
Após o golaço contra o Santos - que ele elegeu como mais bonito que o de Mandzukic na final da Liga dos Campeões da Europa -, Jô tomou a palavra nos vestiários do Corinthians. Ele era capitão naquele dia e falou muito sobre manter os pés no chão e acreditar que nada está ganho. Nesta segunda-feira, o artilheiro explicou as razões dessa nova postura.
- Me tornei um cara um pouquinho chato, de estar sempre falando. Muitos falam que sou repetitivo, porque prezo humildade, muito trabalho, dedicação para as coisas acontecerem, que não ganhamos nada. Isso tudo que já passei no futebol passo aos mais novos e troco ideias com os experientes, por isso o Fábio me aponta como um dos líderes dessa equipe, sei o quanto isso é importante. Não falo por mal ou para pegar no pé, é por um lado positivo. O Fabinho, por exemplo, sempre pegava no meu pé, me orientava no passado, e hoje dou valor. Cheguei onde cheguei porque sou um bom ouvinte.