Quando o Corinthians anunciou as contratações de Giuliano, Renato Augusto, Róger Guedes e Willian, no ano passado, a torcida vivia a expectativa de como seria o Timão com o seu ‘quarteto fantástico’.
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No entanto, a realidade foi longe da empolgação das arquibancadas: Giuliano nunca se firmou, Renato Augusto tem sofrido com a parte física, Guedes oscila em meio a trocas de posicionamento e o relacionamento com o técnico Vítor Pereira, e Willian pediu a rescisão contratual para voltar a jogar na Inglaterra.
Nesse ínterim, o clube alvinegro fez outras contratações, uma delas a do centroavante Yuri Alberto. E na noite de ontem (17), o setor ofensivo com Renato na criação, Guedes e Yuri na definição, deu muito certo ao Corinthians, que venceu o Atlético-GO por 4 a 1, revertendo a derrota por 2 a 0 no jogo de ida e se classificando à semifinal da competição nacional.
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Realidade completamente diferente de três semanas, quando, após o revés em Goiânia, o treinador corintiano disse que Róger Guedes e Yuri Alberto não poderiam atuar juntos, pois causaram problemas defensivos ao time, agora os dois parecem ser as principais esperanças ofensivas do Timão. Soma-se a eles um Renato Augusto em forma para ser o responsável pela construção.
Sendo assim, o que era para ser um ‘quarteto fantástico’, com Giuliano, Renato, Róger e Willian, tem tudo para se tornar uma ‘trio parada dura’, com Renato, Róger e Yuri.
Porém, para que esse coletivo se consolide nas mãos de Vítor Pereira, terá que marcar.
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O técnico português está claro que manterá um esquema de jogo que passa por ter cinco jogadores no campo defensivo quando o Timão estiver sem a bola. Neste caso, um dos pontas precisará acompanhar o lateral adversário, algo que Róger não costuma fazer.
- Proposta que tenho feito é que para jogar todos é pressionar na frente, evitar que o adversário nos empurre para trás, estudar os adversários, entender os pontos-chaves sobre quem alimenta o jogo no adversário. E temos procurado esse trabalho estratégico a fim de não nos obrigarem a virem para trás, única forma de colocar todos em jogo sem cometer grandes erros defensivos - disse VP na entrevista coletiva após o triunfo sobre o Dragão.
Contra o Atlético-GO, Guedes voltou algumas vezes para auxiliar a recomposição defensiva e registrou um desarme e uma interceptação, algo que ele ainda não havia feito na Copa do Brasil, em quatro jogos disputados. Antes, ele tinha somente cinco desarmes e uma interceptação em toda a temporada.
- Fez um bom jogo, entregou-se ao jogo, ao coletivo, ocupação de espaços até mesmo em termos defensivos e no jogo ofensivo tem qualidade. Ele entrega ofensivamente por dentro e por fora e hoje foi uma mais valia Satisfeito com o trabalho dele - destacou Vítor Pereira, elogiando o seu novo camisa 10.
Toda essa estrutura tática alimentou individualmente Yuri Alberto. O centroavante que, em oito jogos pelo Corinthians não havia marcado gols, fez três em uma só partida e confirmou a classificação corintiana às semifinais da Copa do Brasil.
Do hat-trick, o primeiro gol teve assistência de Róger Guedes, e o segundo de Renato Augusto.
- Eu falei ontem para ele (Yuri Alberto) que o gol iria surgir e ele não poderia deixar de tentar. Atacante quando falha um gol tem que entender que tem outra oportunidade, se perder a segunda tem a certa, e ele não pode perder a confiança de tentar o gol e finalizar. O primeiro gol foi muito bom para ele e para a equipe. Precisamos dele mentalmente, desbloqueado e começando a entender mais os movimentos a explorar. Hoje fez três belos gols - trouxe VP.
Segundo a plataforma ‘Footstats’, dos 32 passes certos de Renato Augusto contra o Goianiense, cinco foram para Róger Guedes e dois para Yuri Alberto. Dos dois cruzamentos dados pelo meia, um foi para Yuri - justamente o que originou o terceiro gol corintiano.
Já a interação entre Róger Guedes e Yuri Alberto também foi a melhor dos seis jogos em que a dupla esteve junta. Guedes serviu o companheiro cinco vezes, mais da metade do que ele havia feito somando as partidas anteriores onde ambos estiveram em campo.