ANÁLISE: Corinthians joga como grande, se impõe e consegue classificação para espantar crise
Jogo coletivo potencializa as individualidades, e Timão vence o Atlético-GO de forma convincente e categórica na Neo Química Arena
Após uma semana com eliminação na Libertadores, derrota no Dérbi e bastidores quentes, o Corinthians caminhava para uma grande crise e precisava dar uma resposta ao seu torcedor. O clube não apenas reverteu uma desvantagem de dois gols e avançou à semifinal da Copa do Brasil, como dominou o Atlético-GO do começo ao fim e conseguiu uma vitória categórica na Neo Química Arena.
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A equipe de Vítor Pereira não deu sinais de nervosismo e mostrou criatividade para superar um adversário que veio para São Paulo única e exclusivamente para se defender.
Segundo o Footstats, os nove chutes a gol do Time do Povo na vitória sobre o Dragão foram o segundo maior número registrado na era Vítor Pereira, atrás somente da goleada por 5 a 0 sobre a Ponte Preta, no Paulistão, onde a equipe teve 10 chutes certos no gol.
Além disso, o jogo coletivo bem sucedido da equipe potencializou algumas individualidades do elenco com elevada capacidade técnica, como Renato Augusto, Róger Guedes e Yuri Alberto, destaques corintianos na partida.
Parte disso se deu pelas quatro alterações promovidas por Vítor Pereira na equipe titular em relação ao time que iniciou o jogo do final de semana, contra o Palmeiras. Na defesa entraram Fagner, Fábio Santos e Gil, nas vagas de Rafael Ramos, Piton e Bruno Méndez, respectivamente. No ataque, Adson ficou com o lugar de Mosquito.
Dessa forma, o meio-campo teve maior liberdade de circulação, possibilitando uma melhor movimentação e interação entre Róger Guedes e Yuri Alberto.
Os primeiros 10 minutos do Timão contra o Dragão foram promissores e animadores, com Guedes e Yuri dando o tom no ataque, mas parando nas boas defesas do goleiro Renan.
Após um início de muita intensidade e pressão pós-perda, o time da casa diminuiu o ritmo e parecia esbarrar no problema que tanto assombrou o clube no ano: a falta de criação ofensiva. As únicas jogadas que surtiam efeito vinham dos pés de Róger Guedes.
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Apesar de não ter marcado, o camisa 10 foi um dos melhores jogadores do Corinthians em campo, chamando a responsabilidade para si e sendo solidário na marcação mesmo nos minutos finais, quando o resultado já estava definido.
Com o passar do tempo na primeira etapa, a tensão nas arquibancadas aumentava, até que Gil fez o torcedor entrar em sintonia com o time aos 41 minutos. Como um atacante na área, o zagueiro aproveitou o ótimo cruzamento de Renato Augusto e abriu o placar. O banco de reservas e a torcida explodiram em êxtase com o gol do defensor, e parecia questão de tempo para o segundo gol sair.
O clube alvinegro voltou ainda mais ligado e intenso após o intervalo, e mostrava ser o time mais perigoso. Com quatro minutos do segundo tempo, Yuri Alberto finalmente desencantou após boa jogada de Róger Guedes.
Daí em diante a Neo Química Arena foi tomada por uma energia contagiante, com o Atlético-GO sucumbindo ao ambiente e indo às cordas. A equipe da casa soube aproveitar o momento e seguiu martelando no ataque. Aos 10 minutos, Renato Augusto cobrou falta, e Yuri fez o segundo, de cabeça.
Dono do jogo e merecedor do resultado, a sorte jogou junto do Timão quando o zagueiro do Dragão errou o bote em Yuri Alberto. Renato Augusto mais uma vez mostrou ser acima da média e serviu o atacante, que teve noite gala e anotou um hat-trick.
A equipe visitante chegou a descontar o placar com gol de Wellington Rato nos minutos finais, mas a Fiel não baixou a voz e empurrou os jogadores até o apito final.
Com um futebol vistoso e um resultado extremamente importante para o restante da temporada, o Corinthians mostrou personalidade em uma partida onde as condições não eram favoráveis, e saiu fortalecido para a semifinal contra o Fluminense.