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Como os três jogos que Carille odeia explicam queda do ‘novo’ Corinthians

Ataque menos eficiente, excesso de cruzamentos, menos pegada da marcação, excesso de confiança, erros de passe simples... duelos com Vitória, São Paulo e Bahia ajudam a explicar

Corinthians perdeu seis de 58 partidas no ano 
imagem camera(Foto: Daniel Augusto Jr)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 16/10/2017
12:29
Atualizado em 17/10/2017
06:30

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O rendimento do Corinthians no segundo turno do Brasileirão não lembra nem de longe aquele do primeiro turno, que criou ampla vantagem persistente até hoje na tabela de classificação. Além dos resultados, o desempenho do time de Fábio Carille também oscila e deixa a desejar, especialmente em três partidas alvos de críticas do próprio comandante: derrota por 1 a 0 contra o Vitória, empate em 1 a 1 diante do São Paulo e derrota por 2 a 0 para o Bahia.

Os três duelos execrados pelo treinador foram disputados nos últimos dois meses e deixam clara a queda de produção do segundo turno, em que o Timão tem somente o 13º melhor rendimento, com três vitórias, dois empates e quatro derrotas - pouco mais de 40% de aproveitamento dos pontos. O LANCE! relaciona abaixo alguns padrões observados nestas partidas que explicam o "novo" (e nada favorável) Corinthians do Brasileirão. Confira:

1. ATAQUE MENOS EFICIENTE
O Corinthians só fez um gol contra o São Paulo neste recorte de três jogos do Brasileirão e passou em branco nos outros dois. Terceiro melhor ataque do Brasileirão, o time tem vacilado neste quesito: ao longo do campeonato, a média de finalizações certas por jogo é de 4,7, e nos três compromissos citados o número cai para 3,6. Acertando menos no gol adversário, menos gols marcados e mais dificuldades para vencer os compromissos.

Chama atenção um número do meia Rodriguinho nos jogos contra Vitória e São Paulo: ele foi o recordista de finalizações erradas do Timão, com três em cada um destes duelos. Na chegada ao ataque, o armador está deixando a desejar.

2. EXCESSO DE CRUZAMENTOS
A média de cruzamentos certos e errados do Corinthians cresce assustadoramente nas três partidas que Carille vê como exemplos a não seguir. Normalmente, o time cruza 5,5 bolas corretamente e falha em 17,9 a cada jogo. Contra Vitória, São Paulo e Bahia foram 7,3 cruzamentos certos e 21,3 cruzamentos errados em média. Como o time marcou menos gols, o Timão só conseguiu provar que está optando pela jogada errada na criação ofensiva. 

A falta de repertório também compromete os números de jogadores importantes na campanha que rende a liderança até o momento. Contra o Vitória, Fagner errou sete cruzamentos, por exemplo. Diante de São Paulo e Bahia o número máximo foi três, primeiro com os laterais Guilherme Arana e Fagner e mais recentemente, além dos dois, com Romero e Jadson também 

3. MAIS ERROS DEFENSIVOS
Além de ter sofrido quatro gols nos três jogos recriminados por seu treinador, o Corinthians também descumpriu padrões observados no primeiro turno. A média de interceptações certas do Corinthians no Brasileirão é de 4,3 e de interceptações erradas é de 0,6. Os números vistos contra Vitória, São Paulo e Bahia foram diferentes: média de 3 interceptações certas e 1,3 errada. Isso significa que o setor de marcação não antevê as jogadas com a mesma qualidade. Isso também altera outra estatística, do número de faltas.

No campeonato, a média de faltas do Timão por jogo é de 11,4, e nos três jogos da queda de rendimento chega a 12. Ou seja, como a equipe não intercepta mais os lances com precisão, obriga os jogadores a darem combate e criarem riscos ao cometerem faltas. Com mais erros defensivos e ameaças à integridade do setor, mais vulnerável ficou o Corinthians.

4. EXCESSO DE CONFIANÇA
Este foi o pior defeito observado pela comissão técnica do Corinthians durante o segundo turno do Brasileiro, como informou recentemente o L!. O time vinha jogando tão bem e liderando com tanta folga que em algum momento se perdeu. Por isso, lances que antes eram evitados pelo grau de dificuldade começaram a ser arriscados e o time perdeu sua principal característica: simplicidade na troca de passes para achar espaços e contra-ataques em velocidade.

Contra o Bahia, isso ficou claro no lance do primeiro gol. Fagner tentou proteger a bola até a saída pela linha de fundo, mas não fechou todo o espaço e foi desarmado dentro da área. O lateral-direito do Corinthians costuma ter bastante facilidade neste tipo de jogada, mas errou na Fonte Nova e comprometeu a atuação e o resultado da equipe. É o tal excesso de confiança. 

5. ERROS DE PASSES SIMPLES
Carille acredita que o excesso de confiança também faça o Corinthians pecar nos passes. A média do campeonato é de 44,9 passes errados por jogo, e nos três jogos identificados como pontos mais baixos ao longo da competição chega a 51,3. Exemplo disso é o erro de Marquinhos Gabriel na construção ofensiva dos minutos finais na partida contra o Bahia. Em vez de colocar a bola na área, onde até o goleiro Cássio estava, o camisa 31 quis trocar passes e errou feio, criando uma chance clara concluída pelo adversário.

Alguns jogadores lideram as estatísticas de passes errados nestes três jogos recriminados por Carille: contra o Vitória foram Jô e Fagner (dez cada um), contra o São Paulo novamente Fagner e agora Maycon (cinco cada um) e diante do Bahia o recordista foi Rodriguinho, com 13 passes errados. É preciso melhorar.

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