Fora do Corinthians, após conseguir a rescisão do seu contrato através da Justiça do Trabalho, o atacante Júnior Moraes já era tido como problema no Timão desde o fim do ano passado. Após a última temporada pssar longe de ser a esperada pelo clube alvinegro em relação ao atleta, até por conte dele ter sofrido com algumas lesões, a diretoria corintiana tentou facilitar a liberação do jogador para outra equipe no começo de 2023, mas não conseguiu.
O salário de Moraes não estava entre os mais altos do elenco, mas a avaliação interna foi de que o custo-benefício era baixíssimo para um profissional que quase nunca estava em campo, pois machucava com frequência, e quando atuava ainda se mostrava fora de forma e não adaptado ao futebol brasileiro. Durante um ano e dois meses, o atacante fez somente 21 jogos, sendo oito como titular, e marcou um gol.
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A situação piora porque as expectativas do departamento de futebol corintiano com Júnior Moraes eram altas, já que o jogador chegou ao clube como solução para a ‘camisa 9’, algo que foi o grande anseio do Timão no início do ano passado. Após tentativas frustradas que envolveram até mesmo os uruguaios Edinson Cavani e Luis Suárez, Moraes apareceu como uma grande oportunidade de mercado e tido como reforço de alto patamar por conta da sua carreira na Ucrânia. O atleta, que havia deixado o Brasil cedo, em 2009, teve uma trajetória de sucesso no futebol ucraniano, o que lhe rendeu até a naturalização como cidadão do país e convocações constantes pela seleção local.
Porém, como não teve retorno técnico, a diretoria do Corinthians tentou usar Júnior Moraes como moeda de troca enquanto montava o elenco que começaria a atual temporada, mas não encontrou interessados. O clube também sinalizou ao mercado que o atacante estava à venda ao reforçar que o atleta era uma opção quase sempre haviam contatos informais com dirigentes de outros times para tratar sobre assustos diversos. Ainda assim, a tentativa de colocar o jogador em outra equipe não teve sucesso. Além de que o estafe do profissional sequer foi procurado para ajudar na busca de novos ares para o ativo.
Recentemente, após o técnico Vanderlei Luxemburgo ter afastado Moraes dos trabalhos com o elenco profissional, o gerente de futebol Alessandro Nunes passou a negociar com o atleta a antecipação da rescisão do contrato, que vai até o fim deste ano. Porém, o representante do futebol corintiano foi surpreendido com a decisão do atacante em ter acionado o clube alvinegro na Justiça do Trabalho, o que irritou não só o ex-lateral, que hoje ocupa o cargo diretivo, como outras pessoas da diretoria corintiana.
O Timão não se posiciona oficialmente sobre processos que estão em aberto, mas internamente a informação de que a equipe tinha dívidas de direitos de imagem com Júnior pegou algumas pessoas de surpresa, porque a impressão é que não havia dívidas salariais com os atletas - o que inclui a imagem, pois é paga mensalmente como uma espécie de ‘complemento’ dos vencimentos dos jogadores, pagos em formato de Pessoa Jurídica.
- Tenho que pedir desculpas para o torcedor corintiano, por uma contratação tão infeliz que fizemos. Vestir a camisa do Corinthians precisa ter coragem, personalidade e este que eu prefiro nem mencionar o nome foi covarde e, principalmente, mentiroso. Lamento que o torcedor corintiano tenha visto ele com a camisa do Corinthians- disse Alessandro após a derrota corintiana para o América-MG, pelo Brasileirão, na semana pasada.
Como contratou Júnior Moraes sem custos, o prejuízo do Corinthians com o jogador foi com as luvas e os salários do jogador no período em que ele esteve vinculado ao clube alvinegro, isso representa algo em torno de R$ 10 milhões.