Corinthians deixou de arrecadar cerca de R$ 55 milhões com a Neo Química Arena em 2020; entenda
De 2017 a 19, clube faturou em média por ano R$ 62 milhões com arrecadação bruta, valor destinado a pagar dívida do estádio. Com jogos sem público por conta da pandemia, Timão não teve essa fonte de recursos
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A pandemia de coronavírus teve um impacto enorme na vida financeira de todos os clubes em vários aspectos, mas o mais evidente deles é a questão da bilheteria. No Corinthians, há uma peculiaridade, já que a renda não vai para os cofres e sim para o abatimento da dívida da Neo Química Arena. Em 2020, o fundo do estádio deixou de arrecadar aproximadamente R$ 55 milhões.
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Desde que a Arena foi inaugurada, o Timão ainda não pôde destinar o faturamento para investimentos no clube ou no futebol, já que o acordo para o pagamento da dívida estabeleceu que todo o dinheiro proveniente do estádio iria para um fundo responsável pela quitação mensal de parte desse débito. Ao longo desses anos, cerca de R$ 5 milhões mensais foram destinados para isso.
Há quase um ano e meio, porém, as mensalidades estão paralisadas, já que Corinthians e Caixa costuram um novo acordo para o pagamento, tanto por conta da pandemia, que deixou o estádio sem arrecadação, quanto em decorrência da concretização dos naming rights com a Hypera Pharma, o que vai ajudar a abater parte dessa dívida e permitirá que em um futuro próximo o clube possa usufruir do dinheiro que a Arena gera, principalmente nos jogos.
No recorte dos três anos anteriores (2017, 18 e 19), cujo valor arrecadado foi bem homogêneo, o estádio gerou recursos da ordem de R$ 186,7 milhões, segundo o balanço divulgado pelo clube, uma média de R$ 62,2 milhões por ano. Em 2020, de acordo com os borderôs das cinco partidas com torcida, o Timão fez R$ 7,3 milhões em renda bruta, ou seja, tomando por base a média dos anos anteriores é possível projetar que com portões fechados e sem arrecadação, a Neo Química Arena deixou de faturar cerca de R$ 55 milhões.
Esse dinheiro, como dito acima, é repassado ao fundo responsável pela Arena, mas o valor revertido é o líquido, já tirando as despesas. Nesses três anos, R$ 120,4 milhões "limpos" foram destinados para o pagamento da dívida, que atualmente está na casa dos R$ 570 milhões e deve ser reduzido com as negociações em vigência entre as partes, que podem ser anunciadas em breve.
Sendo assim, tomada a média desses últimos anos, R$ 40,1 milhões foi o valor líquido anual destinado ao fundo. Em 2020, nos cinco jogos em que houve torcida, essa quantia líquida arrecadada no estádio ficou em cerca de R$ 4,7 milhões, ou seja, na teoria baseada nos números recentes, aproximadamente R$ 35 milhões não foram repassados para o pagamento da dívida.
Não há previsão para a volta do público aos estádios no Brasil. Enquanto isso, a arrecadação com bilheteria não é algo com o qual os clubes possam contar neste momento. O Corinthians, por sua vez, trabalha para renegociar suas dívidas em relação ao estádio baseado no dinheiro dos naming rights oriundo do acordo com Hypera Pharma, que deve ajudar e muito nos próximos anos.
Arrecadação da Neo Química Arena nos últimos anos
2017 - R$ 63,785 milhões (brutos)/R$ 40,155 milhões (líquidos)
2018 - R$ 60.573 milhões (brutos)/R$ 41,086 milhões (líquidos)
2019 - R$ 62,366 milhões (brutos)/R$ 39,211 milhões (líquidos)
Total - R$ 186,724 milhões (brutos/R$ 120,452 milhões (líquidos)
Média - R$ 62,241 milhões/ano (brutos)/R$ 40,151 milhões/ano (líquidos)
2020 - R$ 7,323 milhões (brutos)/R$ 4,742 milhões (líquidos)
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