Diretor financeiro do Corinthians confirma superávit em 2021 e expõe caminhos para diminuir a dívida
Ao lado do presidente, Wesley Mello citou superávit de R$ 3 milhões em 2021 e traçou as possibilidades para o clube controlar a dívida que beira R$ 1 bilhão
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Um dos grandes desafios da gestão de Duílio Monteiro Alves no Corinthians é equacionar as dívidas do clube, que beiram R$ 1 bilhão. Em coletiva concedida no CT Joaquim Grava na quarta-feira (12), Wesley Mello, diretor financeiro do Timão, destrinchou as finanças alvinegras.
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No balanço do último trimestre de 2021, o Timão apresentou um déficit de R$ 532 mil. Apesar disso, Wesley Mello antecipou números não divulgados pelo clube, confirmando que o Alvinegro fechou 2021 com um superávit de R$ 3 milhões.
- Vamos fechar o ano, como está no orçamento em R$ 3 milhões, talvez um pouquinho melhor. Como base de comparação, 2020 foi déficit de R$ 123 milhões - informou o diretor financeiro.
A projeção, segundo Wesley, é que em 2022 o time do Parque São Jorge feche novamente no azul. O diretor projetou um superávit na casa dos dois dígitos.
- Para 2022, estamos projetando um superávit de dois dígitos, cerca de R$ 10 milhões. A política de custos, mais forte no futebol, mas que serve para os demais exemplos, é de enxugar o máximo possível e fazer o investimento correto - disse.
Apesar do balanço positivo no ano, a nova gestão não conseguiu diminuir a dívida que beira R$ 1 bilhão. Até setembro, data do último balanço divulgado, o montante era de R$ 975,1 milhões, com o agravante das dívidas a curto prazo, aquelas que precisam ser pagas em até um ano, que estão em R$ 556,6 milhões.
- O objetivo era ter superávit em 2021, e atingimos, além de estancar o endividamento. Começamos o ano com uma dívida em torno de R$ 957 milhões. Faltam alguns ajustes, mas provavelmente vai ficar muito próximo, um pouquinho acima ou abaixo, dependendo da avaliação dos advogados e auditores - projetou Wesley Mello.
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O diretor financeiro detalhou os planos do Timão para reduzir a dívida ao longo da gestão, projetando vendas de jogadores e direitos de transmissão.
- Essas novas receitas vão nos ajudar a bater a dívida. Ela é alta e precisamos baixá-la e isso deve acontecer a partir desse ano. Já temos previstas vendas de jogadores este ano, a equipe está mais valorizada, queremos direito de transmissão. Isso também deve ajudar a gente a diminuir. Está no nosso objetivo diminuir a dívida em 2022, com ajustes mais significativos - ponderou.
Mesmo com o caminho traçado para sanar os problemas financeiros, o clube segue tendo gastos elevados. Wesley Mello prevê em orçamento gastar R$ 81 milhões com despesas financeiras. O valor beira o dobro do que foi gasto em 2021.
- Ainda é o nosso calcanhar de Aquiles (as despesas financeiras). Tivemos gastos com despesas financeiras de R$ 40 milhões em 2021, e estamos projetando R$ 80 milhões em 2022. Nominalmente, a dívida é muito alta, e a taxa Selic, referência para esse endividamento, começou o 2021 a 2%, fechou a 9%, e para o próximo têm previsões para 10%. Isso é o reflexo do endividamento, vai continuar sendo nosso calcanhar. A gente vem trabalhando para reduzir. Não vamos liquidar todas as dívidas, mas precisamos diminuir para ter menos despesas financeiras. E ela vem diminuindo - concluiu o diretor financeiro do Corinthians.
Para auxiliar na controle das dívidas e gestão financeira, uma das primeiras medidas de Duílio foi contratar a Consultoria Falconi e a KPMG. Enquanto uma empresa busca cortar os gastos do clube em até 20% a segunda tem como principal objetivo a renegociação das dívidas.
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