Um dia depois de o empresário de Pablo anunciar que a negociação com o Corinthians estava suspensa, o diretor de futebol do Timão, Flávio Adauto, atacou o agente. Após a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, o dirigente falou em ganância de Fernando César, advogado e representante do zagueiro.
- Acho que o empresário pensou nele e esqueceu que tinha trazido um jogador de caráter, um grande profissional, um camarada que tem no Corinthians a maior vitrine da sua vida, que chegou desacreditado, mas soube aproveitar por sua competência. Acho que ganância do digirente (na verdade, quis dizer empresário) faz algumas coisas não serem concluídas - afirmou Flávio Adauto, ao "Globoesporte.com".
Pablo está emprestado até o fim da temporada pelo Bordeaux (FRA), que detém os direitos econômicos do jogador de 26 anos. Os clubes já haviam entrado em um acordo pela compra, mas o empresário do zagueiro anunciou a suspensão da negociação com o Timão na última terça-feira à noite. A permanência de Pablo é incerta.
- Se é irreversível? Digo que não, é só a pessoa na hora de deitar botar a cabeça no travesseiro e fazer o que é usual no futebol. Se não confia no clube, temos o direito de também não confiar nele - disse Flávio Adauto.
Há uma semana, Corinthians e representantes de Pablo fecharam acordo sobre o novo contrato. Dias depois, entretanto, o clube avisou ao empresário que não conseguiria cumprir com dois combinados: a diluição do pagamento de luvas e a divisão da comissão pelo negócio. A ideia do estafe de Pablo era receber os valores durante o mandato do presidente Roberto de Andrade, até fevereiro de 2018, ou ter garantias de pagamento posterior, colocando os valores em carteira de trabalho.
O Corinthians sugeriu dividir as luvas ao longo de todo o contrato, que terá duração de 54 meses, e pagar a comissão (equivalente a 10% de tudo o que Pablo receberá em quatro anos e meio) também ao longo do período, sendo uma parcela por ano. Em relação ao acerto com o Bordeaux, o Timão pagaria três parcelas de 400 mil euros (R$ 1,4 milhão), sendo a primeira depositada apenas em 2018, e ainda cederia os 15% que ainda tem do atacante Malcom, vendido ao clube francês no ano passado.
- O Corinthians fez tudo correto, tudo nas normas que os contratos são feitos. Cumprimos nossa palavra o Bordeaux, os contratos foram assinados, os valores acertados, envolvemos os direitos do Malcom, fizemos os planos de pagamento. Os valores de salários, luvas e imagem estavam acertados e faltava o contrato ser concluído. Na segunda, nos reunimos com o empresário, mas não concordamos com uma coisa lógica. Em um contrato de 54 meses, não somos obrigados a pagar luvas e imagem tudo à vista. Ele deixou claro que quer receber assim - rebateu Flávio Adauto.
- Você não pode assumir o risco de pagar à vista um contrato de 54 meses. É um excelente jogador, pode ter propostas no fim do ano que o Corinthians possa aceitar e o que vamos fazer com o que já pagamos? Não é assim. Se ele achava que o Corinthians tem essa condição, não temos. Não é lógico. Pablo é fantástico, vai continuar jogando no Corinthians no mínimo até o fim do ano - acrescentou o dirigente.