Corinthians discute garantias à Caixa por Arena, e órgão nega Fiel Torcedor
Estatal sugere que rendas do programa de sócios do clube sejam destinadas ao pagamento da dívida pela construção do estádio, mas Conselho de Orientação dá seu parecer negativo
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Em nome de um novo acordo pelo pagamento da dívida do financiamento da Arena Corinthians, a Caixa Econômica Federal sugeriu ao clube a vinculação da renda e dos ativos do programa Fiel Torcedor à quitação dos débitos. Em ofício encaminhado há uma semana, o presidente corintiano Roberto de Andrade informou membros do Conselho Deliberativo do Timão sobre a proposta, que foi reprovada na noite desta segunda-feira pelo Cori (Conselho de Orientação).
O desejo da Caixa era a "cessão da totalidade das receitas presentes e futuras provenientes do programa Fiel Torcedor, até atingir um montante igual a R$ 50 milhões, podendo ser liberada a partir de março de 2019 caso tenham sido pagos 12 meses consecutivos de prestação mensal não customizada e sem atrasos". Desta forma, o programa de sócios do Corinthians ficaria atrelado ao pagamento da dívida da Arena, e o clube não contaria com uma das poucas rendas não vinculadas ao estádio que possui atualmente - a arrecadação em bilheterias, por exemplo, é totalmente direcionada aos débitos do financiamento de R$ 400 milhões feito pelo BNDES com intermediação da Caixa.
Até junho, o Corinthians lucrou cerca de R$ 9 milhões com o Fiel Torcedor, e a previsão orçamentária aprovada no ano passado é de R$ 17 milhões arrecadados até o fim deste ano.
A condição sugerida pela Caixa e proposta pela diretoria de futebol do Corinthians nesta segunda-feira foi reprovada por unanimidade no Cori, que é o órgão responsável por fiscalizar e orientar votações do Conselho Deliberativo. Roberto de Andrade não participou da reunião, mas enviou uma carta assinada sobre o tema aos conselheiros. O mandatário está fora do país por conta de compromissos pessoais e a presidência interina do Timão é ocupada por André Luiz Oliveira, o André Negão.
De acordo com conselheiros ouvidos pela reportagem, uma das razões para o acordo costurado pela diretoria com Caixa e Odebrecht não ter saído do papel é o envolvimento indireto da empresa Omni, que é alvo de investigação interna em relação aos contratos da Arena e também do Fiel Torcedor, cujo vínculo vence no próximo ano. As pessoas veem a sugestão da Caixa como uma "renovação forçada" com a Omni.
Em negociação sobre as novas condições do negócio, o Corinthians não paga o financiamento desde abril de 2016, apenas juros. A ideia é aumentar o prazo de pagamento, mas a Caixa exige garantias.
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