‘Dizem que o brasileiro não tem memória, mas o corintiano tem’, afirma Basílio sobre idolatria por 77
Exatamente 44 anos após histórico título paulista, herói da conquista celebra por ainda ser festejado pelos torcedores e pede vitória sobre o Flu de presente para comemorar a data
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No mesmo dia em que o Corinthians enfrentará o Fluminense, rival desta quarta-feira, às 21h, na Neo Química Arena, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Alvinegro festeja os 44 anos do histórico título paulista de 1977. Em 13 de outubro daquele ano, o clube venceu a Ponte Preta por 1 a 0, com um gol de Basílio aos 36 minutos do segundo tempo, no estádio do Morumbi, e encerrou um incômodo e interminável jejum de títulos que durava desde 1954.
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Herói daquela conquista que tirou o Corinthians de uma fila de 23 anos sem taças, o ex-meia Basílio ressaltou ao LANCE!, em entrevista exclusiva, que ainda celebra o fato de ainda ser idolatrado pela Fiel torcida mesmo após já terem se passado mais de quatro décadas daquele triunfo.
Hoje funcionário do Departamento Cultural do Corinthians, o ex-jogador de 72 anos revelou que não irá ao jogo do Timão nesta quarta porque horas antes tomará a terceira dose da vacina contra o coronavírus e ele já foi aconselhado pelos médicos a ficar em repouso devido aos possíveis efeitos colaterais do imunizante. Porém, disse que vai ao CT do clube pela manhã e já adiantou um pedido que fará aos comandados do técnico Sylvinho em sua visita ao local.
- Nada melhor do que eu poder pedir para eles nos presentearem (jogadores do título paulista de 1977) nesta data com uma vitória sobre o Fluminense - disse Basílio, que ainda celebrou a volta da torcida ao estádio após longo período de portões fechados, falou do momento atual da equipe alvinegra, deu uma dica a Sylvinho para 2022 e até opinou sobre uma posição na qual crê que o time poderia se reforçar para preencher uma carência do elenco.
Confira abaixo a entrevista com o chamado Pé de Anjo, apelido que ganhou justamente por ter marcado o gol que decidiu a final do Paulistão de 1977:
Quarenta e quatro anos depois daquela conquista histórica do Paulistão, do que o senhor lembra com mais saudade daquele ano histórico para o Corinthians, além do próprio gol que marcou naquele jogo?
Eu penso no conjunto da obra, e primeiro nos meus companheiros que estiveram comigo naquela conquista, e isso desde o roupeiro, dos funcionários, da diretoria e dos jogadores, e da comissão técnica também. Pra quem ficou tanto tempo sem conquistar um título, essa quebra de jejum foi marcante e aconteceu no momento que acabou sendo o mais importante da história do clube.
Depois de mais de quatro décadas daquela conquista, o senhor ainda recebe com frequência o carinho dos torcedores como em outros tempos?
Primeiro eu posso dizer que esse carinho não muda, no aspecto de reconhecimento, estou acostumado e assino embaixo no que eu vou te falar agora: ‘Dizem que o brasileiro não tem memória, mas o corintiano tem (risos)”. Amanhã (nesta quarta-feira) é um dia eu recebo um monte de cumprimentos já pela manhã. Lamento a perda das famílias de alguns jogadores daquele time de 1977 que não estão mais conosco aqui, mas pra nós é uma lembrança muito boa e positiva, dos familiares dos jogadores, e é uma alegria muito grande os que ainda estão vivos poderem estar desfrutando até hoje do carinho da torcida, que pôde ser proporcionado por aquela conquista.
No dia 1º de setembro, o Corinthians inaugurou a sua Calçada da Fama e o senhor estava presente na cerimônia. E naturalmente entrou no seleto grupo de 111 ídolos que tiveram seus nomes eternizados. Como foi viver aquela emoção e como é agora relembrar aquela conquista histórica de 1977?
Fico feliz porque nada mais, nada menos naquela lista de jogadores tem nomes como o Zé Maria, tem o Wladimir, reconhecidamente um dos melhores laterais da história do clube, tem o Geraldão e vários outros nomes, mas nada é melhor do que poder dividir com eles essa alegria e esse reconhecimento. É uma alegria muito grande por hoje, em vida, esses jogadores poderem desfrutar disso e falar disso em vida com essa homenagem. Os anos passam, a vida passa, mas aquele momento de 1977 será sempre marcante para a história do Corinthians.
O Corinthians joga nesta quarta-feira, contra o Fluminense, exatos 44 anos depois daquela final de 1977. O senhor estará lá na arena? O clube preparou algo de especial ou o convidou para algum evento comemorativo nesta data?
Amanhã (nesta quarta) vou tomar a terceira dose da vacina e estamos sendo direcionados pelos médicos da Prevent Senior e do próprio Corinthians de que é melhor fazer repouso, Amanhã (quarta), por sinal, vou tomar a vacina junto com o pai do Duílio (Monteiro Alves, presidente do Corinthians), o Adilson (Monteiro Alves, ex-diretor de futebol do clube na época da Democracia Corintiana). Não vou ao jogo, mas de manhã vou dar uma passada no CT, pra conversar com o roupeiro do clube, com os funcionários, e para autografar uma camisa que vamos sortear em uma comunidade. E também devo ter contato com alguns jogadores por lá. E nada melhor do que eu poder pedir para eles nos presentearem (jogadores daquela conquista de 1977) nesta data com uma vitória sobre o Fluminense.
Como é ver o Corinthians hoje voltar a contar com sua torcida no estádio depois de tanto tempo sem poder atuar com o apoio da Fiel?
Eu vejo com alegria o retorno dos torcedores, mas ao mesmo tempo a gente está pedindo calma da torcida com o time, pois a gente viu o sufoco que o Corinthians passou, ganhando um jogo, empatando outro, perdendo outro... Mas hoje, viu, com os jogadores contratados, o time melhorou e eu também gostaria de citar muito a paciência do Alessandro (Nunes, gerente de futebol) e do Roberto (de Andrade, diretor de futebol), que sofreram muitas críticas, mas conseguiram ajudar a trazer esses jogadores e agora estão aí vivendo esse momento ótimo com o Corinthians.
Qual é o peso que o senhor vê que a ausência da torcida do Corinthians teve para as fases ruins que o time amargou no ano passado e também neste ano?
O peso foi muito grande, foi tão grande que a gente via até jogadores que estão há mais tempo no clube e são experientes, como é o caso do Fagner, do Cássio, e do Gil, que estavam sentindo demais a ausência do torcedor. Mas agora, com a torcida de volta, é procurar conseguir os resultados e com a esperança de conquistar a vaga na Libertadores. E estes jogadores são importantes primeiro por conhecerem bem o Corinthians, e pela própria qualidade técnica que têm para ajudar a equipe neste momento.
O que o senhor achou das últimas quatro contratações do Corinthians, que trouxe Renato Augusto, Willian, Giuliano e Róger Guedes e chegou a acumular dez jogos de invencibilidade neste Brasileirão?
Eu achei excelente, pois o Corinthians passou a formar uma equipe que conta com todas essas contratações, que são quatro titulares que ainda não faziam parte do grupo. O Sylvinho deve estar superfeliz com a chegada destes jogadores.
O senhor acha que o Corinthians hoje ainda é carente de um jogador de frente que seja um verdadeiro goleador? O senhor vê o Róger Guedes em condições de assumir essa condição?
Eu vejo com naturalidade a possibilidade de o Róger Guedes poder assumir esse papel. E não adianta se precipitar agora, trazer nomes por trazer nomes, contratar por contratar. Isso não vai adiantar. Além de novos contratados não poderem jogar agora, você trazer jogadores neste momento acaba mexendo com a cabeça de outros jogadores que já fazem parte do elenco.
Quais são as maiores carências do atual elenco corintiano, na opinião do senhor, no momento?
Eu vejo que, se pudessem trazer um volante da característica que tem o Ralf e que também tem a mesma característica do Gabriel, seria de suma importância para o elenco. Além disso, no próximo ano o Sylvinho tem de dar chance e abertura para os garotos da base, até porque em janeiro a gente vai ter uma Copa São Paulo e esses jogadores da base também podem ser aproveitados.
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