Duílio admite pendências salariais com jogadores e atualiza situação da dívida do Corinthians
Presidente concedeu coletiva nesta terça-feira e revelou que há atrasos com o elenco, que sabe quando serão pagos. Além disso, ele afirmou que a dívida está em R$ 800 milhões
O Corinthians passou por problemas financeiros durante todo o ano passado, agravados pela pandemia de coronavírus, o que gerou atrasos salariais e o aumento da dívida acumulada. Essas pendências foram resolvidas no fim de 2020, porém voltaram a acontecer neste início de 2021, conforme admitiu o presidente Duílio Monteiro Alves, que também atualizou a situação do clube.
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Em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira, o mandatário confirmou a informação do "Meu Timão" sobre o atraso de salários e outras obrigações trabalhistas com os jogadores do elenco. No entanto, ele garante que todos já sabem quando receberão e mantém o diálogo como sempre fez.
- Existem alguns pagamentos em aberto, não negamos isso. Os jogadores têm uma relação direta conosco, eles sabem quando vão receber. Trabalhamos para trazer dinheiro novo para que isso não se repita e isso vai ajudar esse fluxo de caixa também - garantiu Duílio em referência aos novos patrocínios.
As pendências com os jogadores são apenas uma parte das dívidas que o clube acumula neste momento. Até setembro do ano passado, o total devido pelo Corinthians ultrapassava os R$ 920 milhões, sem contar a Neo Química Arena. Segundo o presidente corintiano, porém, esse valor é menor e também tem a ver com a atípica temporada de 2020, já que algumas receitas que seriam recebidas em dezembro, serão apenas embolsadas no fim de fevereiro.
- A dívida gira em torno de R$ 800 milhões. Trabalhamos para ter novas receitas para diminuir a dívida. Ela não é uma dívida que precisa ser paga à vista, estamos negociando para ter um fluxo de caixa saudável. A temporada se alterou e temos uma receita importante, como todos os outros clubes, que é uma entrada prevista no final do campeonato, vinda da televisão com a colocação. Isso ficou pra fevereiro. O Paulista também tem receita da televisão, da Federação, que também foi adiado pela data de início do campeonato. Precisamos acertar esse fluxo de caixa - concluiu.
Com essas dificuldades financeiras e essa busca incessante por novas receitas Duílio se posicionou realista em relação aos possíveis reforços, uma vez que antes disso será preciso honrar outros compromissos, além de ainda enfrentar a pandemia de coronavírus, que afeta diretamente os cofres do clube.
- A gente tinha como foco essa solução da Arena, mas também temos um número muito grande de compromissos, isso não é segredo. O Corinthians é um gigante que tem que sempre brigar lá em cima, mas no momento que o mundo vive, a pandemia atrapalha bastante. Vamos trabalhar para trazer dinheiro novo, como já estamos trazendo. A ideia é reforçar o time, mas sempre com muita responsabilidade de não gastar mais do que arrecadamos.
O Corinthians fechou o ano de 2019 com R$ 195 milhões de deficit e essas contas ainda não foram votadas pelo Conselho Deliberativo. O balanço de 2020 deve sair apenas em abril deste ano, com um novo deficit, provavelmente menor do que o do exercício anterior, mas com uma dívida bem maior.