Entenda por que o Corinthians tem o exemplo de 2017 para se recuperar
Timão tem um de seus piores inícios de temporada após 12 jogos dos últimos dez anos, mas pode se basear no que ocorreu em 2017, quando começou mal e terminou campeão
É inegável que o início de temporada do Corinthians é extremamente decepcionante diante das expectativas criadas. Não é à toa que o aproveitamento do time é um dos piores dos últimos dez anos somando os primeiros 12 jogos oficiais do ano, no entanto Tiago Nunes e seus comandados podem seguir o exemplo de 2017 - que tem o pior início desse período - para se recuperar quando as competições nacionais voltarem.
Em 2020, o Timão fez 12 partidas oficiais, venceu três, empatou cinco e perdeu quatro, o que resulta em um aproveitamento de 38,89% dos pontos disputados, o pior índice entre os clubes de Série A na temporada. Além de resultados ruins, tem alto risco de eliminação na fase de grupos do Paulistão e já foi eliminado nas fases preliminares da Copa Libertadores.
Se compararmos esse aproveitamento em um recorte de 12 jogos com as últimas dez temporadas (desde 2011), veremos que 2020 é o segundo pior do período, à frente apenas de 2017, quando a equipe comandada por Fábio Carille havia conquistado somente 33,33% dos pontos disputados e perdido seis duelos, ou seja, foi derrotado em metade daqueles que entrou em campo.
Naquele ano, o time teve problemas para se classificar no Campeonato Paulista e já havia passado por duas fases da Copa do Brasil, embora também tenha corrido alto risco de eliminação na primeira delas. No entanto, mesmo diante de resultados ruins, Carille foi mantido no cargo, levou seus jogadores ao título estadual e ainda conquistou o Campeonato Brasileiro com certa folga.
Diante do cenário atual do Corinthians, Tiago Nunes e o elenco podem pegar 2017 como parâmetro para buscar a recuperação na temporada. Naquele momento também havia desconfiança em relação ao técnico que estava no cargo e foi dado tempo para mostrar que havia competência e potencial para ter melhores resultados do que aqueles do início do ano.
Evidentemente a situação de Tiago é diferente, já que além de ter chegado recentemente ao clube, ele tem a missão de mudar as características de jogo do clube, que foi influenciado por mais de uma década por um estilo pensado e e executado por Mano Menezes, Tite e o próprio Fábio Carille. Além de buscar os resultados, o ex-treinador do Athletico-PR precisa implantar uma mudança profunda, que até aqui parece encontrar entraves dentro e fora de campo.
O retorno às competições e aos treinos ainda não têm data determinada e uma série de incertezas ronda o cenário do futebol diante da pandemia mundial de coronavírus. Em caso de haver um período longo de treinamentos, essa "pré-temporada" pode ser mais uma aliada de Tiago Nunes e dos corintianos pensando na continuidade do calendário futebolístico brasileiro.
Veja o ranking de melhores inícios após 12 jogos desde 2011:
2016 - 12 jogos - 63,89% (7 vitórias)
2011 - 12 jogos - 63,89% (6 vitórias)
2015 - 12 jogos - 55,56%
2019 - 12 jogos - 52,78%
2012 - 12 jogos - 50,00%
2018 - 12 jogos - 50,00%
2014 - 12 jogos - 44,44%
2013 - 12 jogos - 41,67%
2020 - 12 jogos - 38,89%
2017 - 12 jogos - 33,33%