Na tarde da última quarta-feira, o presidente da Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, Rodrigo de Azevedo Lopes, o Diguinho, e Cristiano de Morais Souza, o Cris, secretário da facção, foram agredidos em um supermercado no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Nesta sexta-feira, a Gaviões publicou nota em sua página no Facebook, em que afirma não acreditar nas suspeitas sobre a autoria das agressões.
Enquanto a Polícia desconfia que o ato foi realizado por torcedores de outros clubes, os membros da torcida do Timão dizem desconfiar que tudo não passa de "uma retaliação aos protestos" que estão promovendo nos jogos do time.
- Embora a imprensa e o próprio promotor Paulo Castilho estejam sugerindo um ataque realizado por outra torcida, desconfiamos de tal hipótese.Os motivos para tal desconfiança não deve ser mistério para ninguém. Assumimos uma declarada guerra ideológica com setores da sociedade que, apoiados no conservadorismo, não estão acostumadas com a contestação. Se em 1969, quando fomos fundados travando uma luta contra Wadih Helú, ex-presidente compromissado com a ditadura militar, fomos repreendidos por capangas, não nos espantaria se a tentativa de repressão fosse implementada novamente, nos tempos atuais - afirma o texto da Gaviões.
A Gaviões tem se apresentado nas partidas do Corinthians com faixas de protestos contra a Rede Globo, por exemplo. A postura da organizada tem gerado até mesmo alguns conflitos com a Polícia Militar, que tem tentado retirar as faixas da Arena do Corinthians, em Itaquera. Os membros da facção também cobram dentre outras coisas transparência nas contas da construção do estádio corintiano, construído para a Copa de 2014. Os horários dos jogos à noite, a CBF, a Federação Paulista de Futebol também são outros alvos dos protestos dos corintianos.
CONFIRA NA ÍNTEGRA A NOTA DIVULGADA PELA GAVIÕES DA FIEL:
"Na tarde da última quarta-feira (2), o presidente e o primeiro secretário dos Gaviões da Fiel foram atacados covardemente, logo após uma reunião com o promotor Paulo Castilho no fórum da Barra Funda. Além dos Gaviões, outras duas torcidas de São Paulo também estavam presentes.
O fato ocorreu no estacionamento de um supermercado, em frente ao Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães. Rodrigo Fonseca quebrou o braço, enquanto Cristiano teve o rosto levemente ralado e o dedo indicador quebrado. Apesar disso, os dois passam bem.
E embora a imprensa e o próprio promotor Paulo Castilho estejam sugerindo um ataque realizado por outra torcida, desconfiamos de tal hipótese.
Os motivos para tal desconfiança não deve ser mistério para ninguém. Assumimos uma declarada guerra ideológica com setores da sociedade que, apoiados no conservadorismo, não estão acostumadas com a contestação.
Se em 1969, quando fomos fundados travando uma luta contra Wadih Helú, ex-presidente compromissado com a ditadura militar, fomos repreendidos por capangas, não nos espantaria se a tentativa de repressão fosse implementada novamente, nos tempos atuais.
A quem possa interessar, os Gaviões da Fiel Torcida reafirma seu compromisso com a luta em prol de um futebol verdadeiramente popular, não aceitando, de forma alguma, qualquer tipo de intimidação moral ou até mesmo física, caso seja esse o caso. Às autoridades, nos colocamos (como sempre) à disposição dos devidos esclarecimentos sobre os eventos recentes.
Aos torcedores (todos eles), deixamos claro que nossa luta continuará, custe o que custar, pois se nossa história não foi interrompida nos tempos obscuros de pau de arara, não será interrompida nos tempos de mídia independente e democracia de informação. Contra todo ditador que no futebol quiser mandar, os Gaviões continuarão a reivindicar".